terça-feira, 31 de maio de 2022

Brincar, achas que é importante?


Sabias que…

A importância de brincar está consagrada no sétimo dos dez princípios dos Direitos das Crianças, declarados, em 1959, pela Organização das Nações Unidas (ONU): “o direito à educação gratuita e ao lazer infantil”.

 

Mas, não sentes que.

Atualmente, tens menos tempo para brincar?

Entre a escola, trabalhos de casa, natação, ginástica ou outros desportos, mais as aulas de música e o inglês/atividades extra-curriculares, o tempo para brincares tem sido muito pouco!

 

Pois é...

Um estudo da Escola Superior de Educação de Coimbra, Portugal a Brincar, revela precisamente isso, mostrando que a maioria das crianças até aos 10 anos, brincam, em média, apenas 2 a 3 horas por dia.

 

E quando falamos em BRINCAR, não nos estamos a referir a estar sentado ou deitado horas e horas em frente à TV (a ver TV ou jogar videojogos), tablet ou smartphone!!


Portugal a Brincar,
descobriu que 73,3% das crianças do estudo tem uma maior quantidade de brinquedos não eletrónicos em comparação com os brinquedos eletrónicos e que 7,8% não tem nenhum brinquedo eletrónico. No entanto, 65,3% já fazem uso de tablets e smartphones nas suas brincadeiras e 23,9% das crianças recorre aos videojogos.

Mas também fazem parte das preferências das crianças, brincadeiras ao ar livre, com os pais e a realização de jogos de tabuleiro em família, bem como a participação em jogos tradicionais.


Por isso…

Por muito que seja importante, e que é, todas estas atividades e deveres escolares e…

                 …que os teus pais se preocupem se estudas ou não, se tiras boas notas ou não, se realizas bem os deveres escolares ou não…

                          … todos, os teus pais e tu, têm de perceber que BRINCAR É IGUALMENTE IMPORTANTE para o teu desenvolvimento saudável!!!

BRINCAR TEM DE FAZER PARTE DA TUA VIDA!!

Os benefícios do brincar são inesgotáveis e como tal, é fundamental que, em conjunto com os teus pais, reserves um espaço diário para “não fazer nada” – é aí que surge o espaço para brincar!

 

Então…

Porque é que BRINCAR é importante e tem de fazer parte da minha vida, perguntas tu, certo?


BRINCAR

Estimula a criatividade e a imaginação

Ler uma história, brincar ou montar um brinquedo é um desafio para a tua criatividade e imaginação.

 

Permite um melhor autoconhecimento

Brincar num ambiente seguro é essencial, mas é também importante que tenhas liberdade para descobrir o mundo que te rodeia, seja a andar, a correr, ou mesmo a cair!

 

Ensina a negociar

Ao brincares com os teus colegas, será necessário resolver problemas, como, por exemplo, a definição das regras de um jogo. Tal implica negociação com eles, respeitando sempre a sua opinião.

 

Estimula a atenção

De certeza que, depois de brincares um pouco, estarás muito mais atento e concentrado para realizar outras tarefas também necessárias (ex: deveres escolares).

Promove a interação social

Ao brincares com outras pessoas, (crianças, adolescentes ou adultos) estás a conviver também com elas e, consequentemente, a partilhar, ouvir e respeitar as diferenças que podem existir entre vocês!

 

Auxilia o sistema imunitário

Realizares jogos ou brincadeiras ao ar livre (ex: jogo da macaca, futebol) exigem que te mexas. Tal facto, ajuda a prevenir o excesso de peso, além de ter vantagens para o teu sistema imunitário, endócrino e cardiovascular.

Melhora a saúde mental

Ao brincares, estás a prevenir doenças como a depressão. Estás a fazer algo que gostas e que te dá prazer!

Ensina a incorporar regras

As brincadeiras também têm regras e limites. Ao lidar com elas, aprendes a respeitá-las e, também, a conhecer quais são os teus limites e os dos outros.

Desenvolve o raciocínio

Em determinadas brincadeiras e jogos (ex: puzzles, jogos de tabuleiro como xadrez), deparas-te com enigmas que tens de resolver, para que possas continuar, o que te obriga a pensar e a raciocinar para encontrar uma solução.

Ensina a lidar com a frustração

Ao brincares, tens de ter a noção que nem sempre pode ser da forma que queres ou que vais sempre ganhar. Tens de aprender a lidar com isto e adaptar-te, pois, só assim conseguirás divertir-te. Pensa assim…hoje não correu como eu queria, mas…amanhã pode ser que corra!

Aumenta a capacidade de trabalhar em equipa

Quando realizas jogos de equipa (ex: futebol, andebol), tens de aprender a relacionar-te e a partilhar, pois só a trabalhar em equipa é que vais conseguir os resultados que queres. Vai também ajudar-te a aproximares-te mais e melhor dessas pessoas, criando vínculos afetivos com elas.


Mas… Brincar como e de que forma?

Quando falamos em brincar, não nos estamos a referir apenas às crianças, mas também a ti, que já és adolescente! Sim, porque embora a palavra BRINCAR possa não se adequar à tua idade, quando jogas algum jogo de tabuleiro (ex: xadrez, damas, trivial persuit, etc) ou jogas futebol, andebol ou outro tipo de exercício físico, estás a fazer algo que te estimula e dá prazer e isso é BRINCAR!!


Ah e não te esqueças de…

Pedir aos teus pais para participarem nas tuas brincadeiras. É tão mais giro e divertido brincar com alguém!

 

Depois disto tudo, certamente que já consegues entender que…


BRINCAR é importante para o teu desenvolvimento físico e mental e não só algo para te manter ocupado e entretido!


Webgrafia:

https://www.medis.pt/mais-medis/gravidez-e-saude-infantil/a-importancia-de-brincar-na-saude-das-criancas/

https://www.psicologia.pt/artigos/ver_opiniao.php?a-importancia-do-brincar-no-desenvolvimento-da-crianca&codigo=AOP0394

https://www.publico.pt/2019/05/30/impar/opiniao/importancia-brincar-infancia-1874808


NACJR de Águeda






segunda-feira, 30 de maio de 2022

Tabaco aquecido e cigarros eletrónicos: mais ou menos perigosos?

  


Fumar não é uma escolha saudável e qualquer fumador devia parar de fumar. Mas na realidade não é isso que acontece e muitas pessoas nunca param. Todos sabemos que o tabaco é prejudicial para a saúde, não só dos fumadores, mas também para quem os rodeia. Com os avanços tecnológicos, foram desenvolvidas novas formas de consumir nicotina, transmitindo a ideia de que são opções mais saudáveis. Mas será que são?


O que é o tabaco aquecido?

 

O tabaco aquecido, ou IQOS (I Quit Ordinary Smoking ou eu deixei de fumar o cigarro original) define-se como um produto de tabaco aquecido eletronicamente, ou seja, não sujeito a combustão.



A estratégia de marketing da empresa tenta levar a crer que se abandonou o consumo de tabaco, quando na verdade apenas se alterou o produto e continuam presentes a nicotina e outros componentes prejudiciais à saúde, como cancerígenos (substâncias que podem levar ao desenvolvimento de cancro).

A nicotina é altamente viciante e consumir produtos que a têm na sua composição durante a adolescência pode danificar partes do cérebro em desenvolvimento (até aos 25 anos) que controlam a atenção, aprendizagem e o controlo de impulsos. Também pode aumentar o risco de consumir outras drogas no futuro. Estes produtos, contém muitos dos ingredientes nocivos presentes no tabaco e outros que não estão presentes no tabaco normal.



O que são os cigarros eletrónicos (vapes)?

 O cigarro eletrónico, ao contrário dos cigarros convencionais ou mesmo do tabaco aquecido, não contêm tabaco. Por sua vez, possuem um líquido que é aquecido e que produz um vapor e na grande parte das vezes, este liquido possui nicotina e também diferentes aromas. Assim, mesmo não tendo tabaco na sua composição, não é isento de riscos.         

Um dos maiores problemas relacionados com os vapes é não se saber a verdadeira composição de muitos dos líquidos no mercado. Sabe-se que muitos possuem nicotina, componentes tóxicos e cancerígenos. Por terem nicotina e outros aditivos, provocam dependência e NÃO SÃO seguros para a saúde. Mesmo os líquidos sem nicotina, devido a presença de aromatizantes e outros tóxicos também podem ser perigosos.



Assim, podemos dizer que são alternativas seguras/saudáveis para o tabaco?
NÃO!


Os criadores destes produtos afirmam que se um produto não queima ou não contém tabaco, produz menores quantidades de químicos perigosos quando comparados com um cigarro normal. Mas na verdade, não existem estudos suficientes que comprovem que isso seja realidade. É importante não esqueceres que todos estes produtos possuem riscos para a tua saúde, contêm nicotina que é uma substância que causa habituação e ainda outras substâncias tóxicas. Há ainda várias substâncias presentes em ambos que ainda não foram estudadas e por isso não se sabe ao certo o mal que podem fazer aos pulmões. 

A melhor forma de contrariares os riscos do tabaco é NÃO FUMAR.


 

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Obesidade vs. Autoestima


A obesidade afeta a qualidade de vida das pessoas, não só no desempenho de atividades diárias, como também ao nível da saúde, e muitas vezes, ao nível da autoestima. Isso acontece não só por uma sensação de incapacidade, mas principalmente pela forma como a sociedade vê as pessoas obesas. Ou seja, além de sentimentos e pensamentos desgastantes ainda precisam de lidar com a pressão exercida pelas pessoas devido aos pré-conceitos estabelecidos.

Muitas vezes, após várias tentativas de dieta e perda de peso falhadas, surge um sentimento de derrota e frustração, o que leva a pensar que nunca serão capazes de conseguir mudar. Esse sentimento é, grande parte das vezes, persistente, destrutivo e desencorajador.

Por sua vez, a baixa autoestima acaba por também ser um fator de agravamento dos casos de obesidade, pois leva a uma continuação dos hábitos alimentares não saudáveis, o que resulta no aumento da gordura corporal.


Assim, é importante adotares estratégias de modo a teres uma melhor imagem de ti próprio, conseguires perceber os pontos positivos e todas as possibilidades que tens pela frente. A obesidade é uma doença crónica e necessita de atenção e acompanhamento a longo prazo para alcançares mudanças reais. Aceitar o presente é de extrema importância para uma melhor jornada que deve ser delineada e percorrida de uma forma saudável.


Lidar com comentários

 

Apesar de não poderes controlar os comentários/opiniões dos outros, que muitas das vezes não foram pedidos, podes sim ajustar a forma como lidas com eles. Mesmo que muitas vezes apenas ignores essas criticas, a verdade é que magoam e por vezes acabas por aceita-las e concordar com elas, ainda que inconscientemente.

Comentários sobre a forma do teu corpo, como não deves utilizar certas roupas, como ficarias mais bonito/a se perdesses peso, acabam por influenciar a tua autoestima e aumentar as tuas inseguranças.


Os corpos perfeitos que vemos na internet não são reais. Pelo menos nem sempre.

A modelo e jornalista Danae Mercer mostra no seu Instagram que não existem corpos perfeitos e que aquilo que vemos nas redes sociais, nem sempre corresponde à realidade.

Se tiverem curiosidade podem aceder à sua conta do Instagram aqui: https://www.instagram.com/danaemercer/




Foca-te nos hábitos de vida saudável e não na perda de peso por si só, pois isso pode levar-te a utilizar métodos pouco saudáveis e eficazes para perder peso e vais substituir um problema por outro. A adoção desses hábitos irá consequentemente levar a uma perda de peso e acima de tudo a que te tornes uma pessoa saudável. Além disso, tudo leva o seu tempo...não esperes resultados imediatos e dá tempo ao teu corpo para te habituares ao novo estilo de vida.


Lembra-te: todos os corpos são diferentes e um corpo saudável numa pessoa não significa que será saudável para outra.

Estar saudável é muito mais importante do que te enquadrares dentro de um “padrão de beleza”!


Trabalho realizado por Ana Isabel Silva, estudante de Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Viseu sob orientação dos enfermeiros da UCC Grei Águeda

Webgrafia:

https://rededepsicologia.com/obesidade-e-autoestima/

https://www.obesityaction.org/community/article-library/self-esteem-insecurity-and-obesity/

https://www.nationwidechildrens.org/family-resources-education/700childrens/2020/01/curb-childhood-obesity

https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/weight-loss/in-depth/five-ways-boost-weight-loss/art-20270837

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?view=000390549







segunda-feira, 16 de maio de 2022

Homoparentalidade!

 

Num artigo publicado anteriormente já falámos sobre os diferentes tipos de FAMÍLIA.  Hoje vamos abordar um tema que continua a ser tabu, constrangedor e que apesar de existir na nossa sociedade, pouco se fala… HOMOPARENTALIDADE!



 

Sabias que.

Em 2016, o Parlamento português aprovou a adoção de crianças por casais homossexuais?

casamento entre pessoas do mesmo sexo em Portugal é legal desde 2010?

Mas o que acontece com crianças que são criadas por pais homossexuais? A resposta: algumas coisas – mas nenhuma daquelas que tu imaginas!!!!



  

Em Portugal, atualmente ainda existe preconceito sexual elevado - o que contrasta com a aprovação da lei que permite a adoção por casais do mesmo sexo.

Contudo, a perceção negativa e o desconforto em relação a este tema parecem diminuir/desaparecer quando as pessoas têm conhecidos ou amigos gay.


Talvez seja importante então começar por desmistificar alguns conceitos…

                                                               …o que te parece?

 

“Os filhos serão homossexuais!”

Pela lógica, pais e mães homossexuais só poderão ter filhos homossexuais, dado que estes vão crescer num ambiente em que o padrão é o relacionamento homossexual, certo? Não necessariamente! Se fosse, seria difícil, por exemplo, explicar como filhos homossexuais nasceram de casais heterossexuais.

Um estudo da Universidade Cambridge comparou filhos de mães homossexuais com filhos de mães héteros e não encontrou nenhuma diferença significativa entre os dois grupos quanto à identificação como homossexuais.

De verdade, as famílias homoparentais vivem num ambiente mais aberto à diversidade e, por consequência, muito mais tolerante caso algum filho queira ter experiências homossexuais.  

No entanto, não podemos afirmar que a orientação sexual dos pais tenha o poder de definir a dos filhos.

 

“Eles necessitam da figura de um pai e de uma mãe”


Filhos de homossexuais não são os únicos que crescem sem um dos pais. Ou não é verdade? Na verdade, os papéis masculino e feminino continuam presentes como referência mesmo que não seja nos pais - é importante que o filho tenha contato com os dois sexos. Mas pode ser alguém significativo a ele, como uma avó. Ele vai escolher essa pessoa de referência, mesmo que inconscientemente!

O que poderá realmente acontecer, é que, estes filhos são menos influenciados por brincadeiras estereotipadas como masculinas ou femininas – ou seja, há maior probabilidade, por exemplo, de uma menina brincar com bolas de futebol ou camiões.

Brincam sem as amarras dos estereótipos e dos preconceitos.

 


“Os filhos terão problemas psicológicos por causa do preconceito”

É um facto, mas não necessariamente apenas por este motivo. Poderão também ser alvo de preconceito se forem diferentes dos restantes – peso, altura, cor da pele, religião,…o que não é correto!

Efetivamente, sofrem de bullying por terem pais homossexuais, sendo por vezes excluídos de atividades ou ridicularizados!

Apesar disto, pesquisas que comparam filhos de casais homossexuais com filhos de héteros, demostram que os dois grupos registram níveis semelhantes de autoestima, de relações com a vida e com as perspetivas para o futuro. Da mesma forma, os índices de depressão, não são diferentes.



“Esses filhos correm o risco de sofrer abusos sexuais”


Este mito está relacionado com a mentalidade de que a homossexualidade ainda é considerada um distúrbio (até o início da década de 1970, os homossexuais eram vistos como pervertidos, portadores de uma anomalia mental transmitida geneticamente. Foi só em 1973 que a Associação de Psiquiatria Americana retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais). Este estigma mantém a crença sobre o “perigo” que as crianças correm, quando criadas por casais homossexuais.

Até ao momento, as pesquisas ainda não encontraram nenhuma relação entre homossexualidade e abusos sexuais.

 

"Tenho dois pais e é tão fixe". A história de Gabriel, filho de um casal gay.” 

O jovem conta que "após um processo de adoção na Rússia", os pais, conseguiram adotá-lo e levaram-no "para Espanha com dois anos". Para Gabriel, nunca foi um problema fazer parte de uma família homoparental, antes pelo contrário, pois diz ter sido educado com valores tão importantes como respeito e tolerância.

Fui educado para saber como me comportar e respeitar as pessoas. Também fui ensinado a "não usar correntes". Sempre tivemos essa confiança para falar sobre qualquer coisa e perguntar qualquer coisa, mesmo que às vezes fiquem um pouco constrangidos", afirma.

Porém, ter essa liberdade em casa não significa que não tenha sido um pouco mais complicado lidar com as outras pessoas. O jovem não encontra diferenças entre a sua família e a de outros jovens da sua idade, mas sempre teve que responder a perguntas mais incómodas dos mais curiosos. Quando questionado sobre como se sente por não ter uma mãe, o jovem respondeu que é mais normal do que parece. "O que eu digo sempre é que se vê boxers em vez de cuecas [de mulher]. É a única coisa", brincou.

Gabriel também tem resposta para aqueles que tentam ofendê-lo com comentários homofóbicos como "tens dois pais homossexuais, então és gay". Nesses casos, a melhor arma é "o riso". "Quando me rio e normalizo tanto a situação, a outra pessoa fica com vergonha porque diz: 'se eu estava a falar sério, por que é que estás a rir?'", explica.

(cit in https://www.jn.pt/mundo/tenho-dois-pais-e-e-tao-bom-a-historia-de-gabriel-filho-de-um-casal-gay-13027340.html)

 

Esperamos que no final deste artigo, consigas então compreender que…


O desenvolvimento da criança/jovem não depende do tipo de família, mas do vínculo estável que esses pais/mães vão estabelecer entre eles e a criança/jovem.

Afeto, carinho, regras: estas coisas são mais importantes para uma criança/jovem crescer saudável do que a orientação sexual dos pais!!

 

 

Webgrafia:

https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4305/1/DM%20Andreia%20Vaz%20Pinto.pdf

https://www.jn.pt/mundo/tenho-dois-pais-e-e-tao-bom-a-historia-de-gabriel-filho-de-um-casal-gay-13027340.html