quarta-feira, 28 de abril de 2021

Segurança e Prevenção na Escola

Sabias que a nível mundial, e segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que ocorram cerca de 830 mil óbitos vítimas de acidentes, por ano em crianças e jovens até aos 18 anos? Em adição a este elevado número, registam-se ainda as crianças e jovens que necessitam de internamento e reabilitação, em consequência destas lesões não intencionais, que representam dezenas de milhões por ano.


E em Portugal?


No nosso país, as taxas de mortalidade e morbilidade associadas a lesões não intencionais com crianças e jovens têm vindo a diminuir ao longo dos anos, no entanto continuam a apresentar valores preocupantes, estando associadas a elevados custos pessoais, familiares, sociais e económicos, o que constitui um grave problema de saúde pública.




Perante estes valores elevados, lembra-te que cada um de nós tem o direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover.  Como tal, deves conhecer os riscos, criar ambientes seguros e minimizar os acidentes.

 

Mas como o podes fazer? PREVENINDO!

A escola é o local onde passas a maior parte do teu dia e sendo um local público e frequentemente com bastantes alunos, funcionários e professores, deve ser um local onde a prevenção dos acidentes é essencial.

 

Alguns dos conselhos básicos para garantir que a tua escola é mais segura e que a escola e tu devem adotar passam por:

Na sala de aula: Manter a entrada sempre limpa e desobstruída; não colocar material de escrita nas tomadas; conhecer o caminho definido pelo plano de evacuação na planta de segurança da sala.

Nos corredores: Manter as saídas de emergência identificadas e desobstruídas; testar regularmente o material de segurança contra incêndio; evitar deixar as mochilas a obstruir o caminho.

Nos laboratórios: Assegurar que as embalagens dos produtos inflamáveis vazias são colocadas no caixote do lixo; avaliar anualmente o estado das substâncias químicas por alguém qualificado; não provar, cheirar ou tocar em substâncias químicas, sem ter a certeza do que se trata.

No transporte para a escola, o perigo dos acidentes rodoviários está presente e no ano de 2014 foram responsáveis por quase 10 % das mortes das crianças e jovens dos 0 aos 19 anos. No transporte de e para a escola, a colocação do cinto de segurança é obrigatório mesmo em distâncias curtas. Este sistema e o uso de cadeira (nas idades mais jovens) previnem cerca de 90 % das lesões graves.   
   

Os perigos em transportes quer sejam próprios ou públicos, de bicicleta ou a pé são sempre imprevisíveis, por isso é importante manter a calma, possuir sempre um telemóvel apto a chamar por ajuda e seguir as normas de prevenção e segurança rodoviárias propostas pela GNR.

Em ambiente escolar destaca-se ainda outro tipo de perigo, tal como a violência no namoro/relacionamentos. Importa referir que este problema relacional se caracteriza não só por atos físicos violentos, como também por atos sexualmente abusivos, agressões verbais e psicológicas. Se sentires que estás a ser vítima opta por estar com a pessoa que te agride, em locais públicos e movimentados, onde possas pedir ajuda e ter testemunhas. Para além disto, não hesites em pedir ajuda aos teus pais, professores e podes sempre contactar: 

- O Gabinete de Apoio ao Aluno (se a tua escola tiver)

 - A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima que presta auxílio, independentemente de teres ou não denunciado a situação às autoridades.


A não esquecer que na escola deves sempre adotar as medidas de proteção relativas à atual situação pandémica. Podes ver o artigo clicando aqui



"  Podes aprender mais em: 

https://www.apsi.org.pt/index.php/pt/seguranca-infantil 

http://www.segurancaonline.com/gca/index.php?id=594 

https://nocs.pt/programa-nacional-saude-infantil-juvenil/ 

https://www.gnr.pt/Cons_PrevRodoviaria.aspx 

https://apav.pt/apav_v3/index.php/pt/apav-1/quem-somos  "


Fisioterapeuta Estagiária Mara Oliveira, sob a supervisão da Fisioterapeuta Marta Santo






segunda-feira, 26 de abril de 2021

Alguns MITOS sobre a VACINAÇÃO

                                                                            World Health Organization

“As doenças começaram a diminuir antes das vacinas, devido às melhores condições de higiene”


A melhoria da higiene e a disponibilidade de água potável permitiram controlar muitas doenças infeciosas, não evitando, no entanto, a circulação dos microrganismos causadores das doenças evitáveis pela vacinação.

Só a vacinação em larga escala consegue evitar a ocorrência das doenças alvo da vacinação, levando ao seu controlo ou mesmo eliminação.

A erradicação da varíola no mundo (declarada pela Organização Mundial da Saúde em 1980), só foi possível quando globalmente se atingiram elevadas coberturas vacinais.

Mesmo com boas condições de higiene, interromper a vacinação levaria ao reaparecimento dessas doenças, com as consequentes mortes e incapacidades evitáveis, como está a acontecer com o sarampo.


“As doenças evitáveis pela vacinação estão praticamente eliminadas, pelo que não há razão para nos vacinarmos”


 As doenças atualmente evitáveis pela vacinação ainda ocorrem em diversas partes do mundo, incluindo a Europa. Há dois motivos principais para vacinar:

- A proteção individual: apesar de estas doenças serem atualmente raras em Portugal, qualquer pessoa não protegida pode ser infetada e adoecer.

Uma criança não vacinada poderá adquirir a doença se viajar para locais onde a doença ainda não está controlada ou se contactar com uma pessoa infetada/doente proveniente desses locais. No regresso poderá ainda trazer essas doenças para o nosso país, contagiar pessoas não protegidas e originar surtos.

 - A proteção da comunidade: em países/regiões/locais com elevadas coberturas vacinais a comunidade beneficia da chamada imunidade de grupo, isto é, quanto maior a proporção de pessoas vacinadas menor a circulação do micro-organismo causador da doença, com proteção indireta das pessoas não vacinadas.


 A imunidade de grupo confere proteção aos que não podem ser vacinados, por exemplo, por não terem atingido ainda a idade recomendada para a administração de vacinas.

 

“É preferível ficar imunizado pela doença do que pelas vacinas”


Apesar de, geralmente, conferir proteção contra infeções posteriores, a doença natural pode evoluir com complicações graves e morte. E mesmo uma criança saudável pode desenvolver complicações. A vacinação é muito mais segura.

 


“As vacinas podem causar reações adversas graves, doenças e até a morte”


As vacinas atualmente são muito seguras e eficazes.

Ao longo da história do Programa Nacional de Vacinação (PNV) foram introduzidas vacinas cada vez mais seguras, como aconteceu, por exemplo, com as vacinas contra a poliomielite e contra a tosse convulsa.

As reações adversas mais frequentes são ligeiras e de curta duração, ocorrendo, na sua maioria, no local da injeção. A febre após a vacinação é frequente. Estas reações podem, se necessário, ser controladas com medicação.

O risco de uma criança ter uma reação adversa a uma vacina é muito inferior ao risco de uma complicação grave da doença que essa vacina previne.

A notificação oficial de reações adversas às vacinas pelos profissionais de saúde é obrigatória.

 

“Administrar múltiplas vacinas simultaneamente para doenças diferentes pode sobrecarregar o sistema imunitário”


Um dos objetivos do PNV é a proteção, o mais precocemente possível, contra o maior número possível de doenças, cujas consequências, a nível individual e coletivo, estão inequivocamente demonstradas.

Estudos científicos provam que a administração simultânea de várias vacinas não aumenta as reações adversas.

 A proteção contra várias doenças com uma única injeção, diminuindo o número de injeções que a criança teria de receber se cada uma das vacinas fosse administrada em separado, tem por objetivo a humanização e melhor adesão aos esquemas vacinais, principalmente no primeiro ano de vida.

 

“Preferia que o meu filho não apanhasse todas essas vacinas hoje”


Não há risco acrescido de reações secundárias na administração simultânea das vacinas recomendadas para determinada idade.

Atrasar algumas vacinas é deixá-lo vulnerável a essas doenças.

O ideal é cumprir o esquema recomendado, que está estudado para dar a melhor proteção, o mais cedo possível e de acordo com a idade da criança.

 

 “As vacinas podem provocar autismo”


 Há alguns anos, em Inglaterra, foi publicado um estudo afirmando que a vacina contra o sarampo/papeira/rubéola (VASPR) provocava autismo.

 Este estudo foi totalmente desacreditado, tendo revelado deficiências graves na metodologia e conflitos de interesse provados juridicamente.

 

Conclusão:


A eliminação ou o controlo das doenças evitáveis pelas vacinas incluídas no PNV pode alterar a perceção do risco, com a falsa sensação de que há um maior risco decorrente da administração das vacinas do que das doenças por elas prevenidas.

As vacinas são seguras e eficazes.

Todas as crianças e adultos devem cumprir os esquemas de vacinação recomendados para a sua idade e estado de saúde.


World Health Organization

Webgrafia

https://www.dgs.pt/ficheiros-de-upload-2013/vacinacao-perguntas-e-respostas-pdf.aspx


Enf.ª Rosa Seabra (Enfermeira Especialista em Saúde Comunitária)