sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Comportamentos Aditivos sem substâncias


Mais de 70% dos jovens portugueses com sinais de dependência da Internet, sendo 13% casos graves.

Com o grande avanço tecnológico das últimas décadas, principalmente no que tange à eletrônica e à informática, a Internet e os jogos eletrônicos tornaram-se cada vez mais populares. O videojogo, sem dúvida alguma, passou a ser uma das mais importantes atividades de lazer para crianças e adolescentes. A internet é uma ferramenta tecnológica que é utilizada como meio de comunicação entre as pessoas. Todavia, este uso intenso da Internet começou a apresentar resultados que indicam a ocorrência de modificações nos hábitos que envolvem os relacionamentos interpessoais.


Dependência da internet e de videojogos em crianças e jovens

O jogo, por si só, reflete um comportamento saudável e desejável do ponto de vista do desenvolvimento das crianças. Neste sentido, e quando utilizados de forma moderada e com conteúdos adequados à idade dos utilizadores, os benefícios dos videojogos podem traduzir-se em ganhos cognitivos (ex. melhoria de capacidades cognitivas), sociais (ex. reforço das relações entre pares) e psicológicos (ex. maior bem-estar psicológico) para os jogadores.

Na sociedade em que vivemos, os videojogos podem ser jogados em computadores, consolas, telemóveis ou outros dispositivos portáteis. Onde quer que haja crianças, inevitavelmente encontraremos em grande parte delas um fascínio pelos dispositivos eletrónicos.

O uso da internet e dos videojogos torna-se patológico quando, em vez de se envolver no mundo real, uma criança ou jovem dedica a maior parte do seu tempo aos jogos online, isolando-se e ignorando responsabilidades mais importantes.


Em que consiste a dependência da internet e de videojogos?

O Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-5) define a Perturbação de Jogos de Internet como uma persistente utilização da internet com vista à prática de videojogos, geralmente com outros jogadores, que conduz ao desenvolvimento de uma dependência, cada vez mais presente entre crianças e jovens.

A adição aos videojogos online parece apresentar características semelhantes a outras adições, nomeadamente substâncias como o tabaco, o álcool e substâncias psicoativas. Porém, e contrariamente ao que acontece com o uso de substâncias, a utilização excessiva de videojogos não foi reconhecida como uma desordem, mas sim como um comportamento que surge no contexto da adição à internet.


Quais os sinais de dependência da internet e de videojogos em crianças e jovens?

Estes são alguns dos potenciais sinais de alarme em crianças e jovens com uso patológico da Internet e dos videojogos:
• Perdem a noção do tempo enquanto estão online;
• Tornam-se agitados ou agressivos quando os videojogos online são interrompidos;
• Apresentam alguns sintomas de abstinência quando os videojogos são retirados das suas atividades diárias (ex. irritabilidade);
• Perdem interesse em participar noutro tipo de atividades, que não estejam relacionadas com os videojogos online, nomeadamente com a família ou amigos;
• Evitam com frequência compromissos, para continuar a jogar;
• Desobedecem aos limites que foram estabelecidos para a utilização da internet;
• Mentem ou omitem a membros da família o tempo despendido online;
• Criam relacionamentos com pessoas que apenas conhecem online;
• Recorrem aos videojogos online como forma de anular e/ou aliviar estados de humor negativos;
• Não se deitam à hora que seria expectável e de manhã parecem exaustos;
• Falham as aulas na tentativa de abdicar de jogar;
• Diminuição do desempenho escolar e nos seus relacionamentos sociais.


Qual a população em maior risco de sofrer de dependência da internet e de videojogos?

Crianças que revelem competências sociais deficitárias e dificuldades nas estratégias de coping constituem uma população em risco de desenvolver hábitos excessivos de utilização da internet e de videojogos. Porque se sentem sozinhas, alienadas e com dificuldade em fazer amigos, estas crianças voltam-se para pessoas desconhecidas, procurando a atenção e companheirismo que faltam nas suas vidas “reais”.


Quais as principais consequências de dependência da internet e de videojogos?

O uso abusivo da internet e dos videojogos surge associada a múltiplas consequências negativas, das quais destacamos:

Consequências para a sua saúde: A dependência da internet e de videojogos pode conduzir à negligência dos cuidados de higiene pessoal, hábitos de sono pouco saudáveis, alimentação desadequada que privilegie refeições rápidas e de simples preparação e diminuição da prática de atividade física. Algumas das consequências físicas podem incluir: cefaleias (dores de cabeça), dores nas costas ou no pescoço, insónias e dificuldade em dormir, Síndrome do Túnel Cárpico e/ou convulsões.


Consequências emocionais e psicológicas: humor deprimido, baixa autoestima, ansiedade social, baixa tolerância à frustração, raiva e sentimentos de culpa e vergonha por não conseguirem controlar os seus comportamentos de dependência.


Consequências sociais: como passam muito tempo online, despendem menos tempo interagindo com os outros, o que pode gerar sentimentos de isolamento e de solidão, e a perda de amigos e relacionamentos.


Consequências académicas: decréscimo no seu desempenho académico e nas suas notas escolares. Tal deve-se ao facto da realização dos TPC e de estudar para os testes se tornarem cada vez menos importantes e prioritários. Em adultos dependentes da internet e dos videojogos, os efeitos no desempenho laboral são semelhantes.


Consequências Financeiras: em adolescentes e adultos que despendem grandes quantidades de dinheiro em novos videojogos e upgrades informáticos.


Consequências familiares: a dependência da internet e videojogos conduz frequentemente à deterioração das relações familiares. Tensão e conflitos entre os membros da família aumentam à medida que os pedidos para reduzir ou eliminar o acesso à internet e aos videojogos são ignorados. As crianças e jovens poderão negar que o problema existe, tentar esconder quanto tempo passam online e acusar os pais de se estar a intrometer na sua vida. Os próprios pais podem discordar em como lidar com o problema, o que pode conduzir a frequentes discussões e conflitos.

Onde posso procurar ajuda?


Partilha esta tua preocupação com a tua Equipa de Saúde Familiar, eles vão saber ajudar-te.

Na escola solicita ajuda do psicólogo!


Consulta a informação constante na internet no site: www.tu-alinhas.pt


Enfº Rui Branco (Enfermeiro Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica)


Webgrafia:

http://www.sicad.pt/pt/Paginas/default.aspx



 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

DUPLA IMPROVÁVEL

Riso e Dor não combinam, aliás, à primeira vista parecem mesmo uma dupla altamente improvável!

 

No entanto, existem evidências científicas que o humor pode aliviar o sofrimento…ou seja, o riso e o humor podem mesmo aumentar a tolerância à dor e melhorar a qualidade de vida!! 

 

Pesquisa revela que 15 minutos de risadas aumentam o nível de tolerância à dor em até 10%

 

Pessoa com dor intensa na coluna

 

Intervalos de 10min de risadas intensas, ajudavam a dormir um período de 2h sem perturbações

 

Pessoas a assistir a filmes de comédia

Conseguiam manter as mãos na água gelada por mais tempo do que aquelas que não riam

 

Idosos com dor crónica e solidão

Ao frequentar programa de terapia do riso, experimentaram níveis mais baixos de dor e simultaneamente, maior felicidade (por se relacionarem com outros)

 


Dor crónica = Solidão/Isolamento

Outro exemplo dos efeitos do riso numa situação de dor aguda, é o óxido nitroso - gás inodoro também conhecido como "gás do riso", comummente utilizado em consultórios de médicos dentistas, pode ser uma nova opção para aliviar a dor das mulheres durante o parto.

O gás foi utilizado nos Estados Unidos com este objetivo, visto que apresenta grandes vantagens em relação à anestesia epidural, como, por exemplo:

Apesar de todas as vantagens do uso do gás face à epidural, a Sociedade norte-americana de Obstetras e Ginecologistas alerta que, ao ser inalado, pode atravessar a placenta, pelo que a sua administração deve ser feita com as devidaprecauções e em baixas concentrações para não prejudicar o bebé com a síndrome de depressão neonatal.

 

Os efeitos da tolerância aumentada à dor duraram até 20min após o terminar do riso. Esta explicação deve-se ao facto de que:

1.       


2.  Nota: O perfil emocional da pessoa também faz diferença na hora de lidar com a dor – pessoas mais otimistas e que riem mais, enfrentam melhor as adversidades como a dor e apresentam perfis menos depressivos


Está provado que, afinal, até a dupla mais improvável, pode funcionar bem conjuntamente!!


Bibliografia

https://www.dgs.pt/paginas-de-sistema/saude-de-a-a-z/dor.aspx

https://dorcronica.blog.br/riso-e-dor-cronica-uma-dupla-improvavel/

https://www.indice.eu/pt/noticias/saude/2014/07/31/gas-do-riso-pode-ser-opcao-para-aliviar-dor-do-parto