É a Edward Jenner, médico inglês do século XVIII, que se reconhece o mérito da vacinação, dado o rigor científico com que realizou as suas experiências. Foi em 1796 que vacinou uma criança com o pús das lesões da mão de uma mulher que tinha contraído varíola. Decorridas seis semanas, inoculou o rapaz com o vírus da varíola e não verificou nenhuma reação transmissível da doença. Após um ano, realizou nova inoculação e esta contraprova revelou-se inofensiva. São então realizadas algumas vacinações e o resultado destas experiências vem a ser publicado em 1798, marcando assim a história da ciência.
Só no final do século XIX com Louis Pasteur, é descoberta a vacina contra a raiva. Este importante cientista, foi o primeiro a compreender o papel que os microrganismos têm na transmissão das infeções. Em 1888 é fundado o Instituto Pasteur, um centro de investigação biológica, dedicado especialmente às doenças infeciosas. É com o contributo das escolas alemã e francesa que a vacinação tem um período de enormes progressos. No início do século XX, foram desenvolvidas várias vacinas contra doenças infeciosas como a tuberculose, a difteria, o tétano e a febre amarela. Após a 2ª guerra mundial foram desenvolvidas mais vacinas contra a poliomielite, o sarampo, a papeira e a rubéola.
Existem atualmente mais de 50 vacinas e com as inúmeras campanhas de vacinação realizadas em várias partes do mundo, foi possível a proteção contra doenças infeciosas que no passado mataram milhões de pessoas. Um dos maiores sucessos das campanhas de vacinação foi a erradicação da varíola, em 1976. Entretanto, à medida que as doenças infeciosas mais graves praticamente desapareceram, as pessoas tornaram-se menos vigilantes na sua proteção. Como consequência, nos últimos anos temos assistido ao reaparecimento de doenças como a difteria na europa de leste e o sarampo voltou a ser uma preocupação para as autoridades de saúde em toda a europa. A acrescentar o aparecimento de novas doenças como a COVID 19, os desafios para a vacinação são cada vez maiores.
Em Portugal a história da vacinação remonta a 1812, onde é publicada a primeira recomendação para a vacinação universal e gratuita, da vacina da varíola, sendo disponibilizada na região de Lisboa.
O Programa Nacional de Vacinação (PNV) inicia oficialmente em 1965, estando incluídas as vacinas contra a tuberculose, tosse convulsa, poliomielite, varíola, difteria e tétano. Este programa tem sido atualizado ao longo dos anos
com a introdução de novas vacinas, adaptando-se à evolução da ocorrência
de diversas doenças na população portuguesa e também devido
ao reconhecimento do inestimável do beneficio que as mesmas têm.
Portugal é um dos países que
tem um plano de vacinação devidamente organizado, permitindo assim termos uns dos melhores resultados a nível mundial, em termos de taxas de cobertura da população, permitindo que as doenças
alvo que são abrangidas pelas vacinas já estão erradicadas ou bastante
controladas no nosso país.
A vacinação é uma das principais atividades dos enfermeiros que prestam cuidados de saúde nos Cuidados de Saúde Primários/Centros de Saúde. É o enfermeiro quem tem como responsabilidade a eficácia da vacinação, pois são estes profissionais de saúde que detêm os conhecimentos acerca do plano nacional de vacinação, vias de administração das vacinas, os cuidados pós-vacinação, efeitos secundários, reações adversas, contraindicações, conservação das mesmas, entre outras.
As vacinas são muito seguras, eficazes e têm um elevado grau de qualidade. Estas previnem muito mais doenças e salvam mais vidas do que os tratamentos médicos.
Decoproteste: Como funcionam as Vacinas
Webgrafia
https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/historia-das-vacinas
https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/vacinacao-o-que-e-e-quais-suas-vantagens
Enf.ª Rosa Seabra (Enfermeira Especialista em Saúde Comunitária)
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