Afinal porque é que o Ruca é careca — doença ou mito urbano?
"O Ruca é careca porque está a fazer quimioterapia.”
“Isso é mesmo verdade?”
“Sim, sim. É por isso também que ele nunca cresce, é tão dependente dos pais e quer tanto aproveitar a vida.”
Foi colocada a possibilidade do Ruca ter sido criado com o intuito de representar as crianças que sofrem de cancro.
As teorias da conspiração sobre o Ruca
A suposta doença do Ruca tornou-se numa espécie de mito. Na Internet há dezenas de teorias que “provam” o estado debilitado da personagem infantil. Há quem sugira que ele sofre de uma doença que não permite o crescimento do cabelo, mas a mais aceite é que ele tem mesmo cancro.
Justificações?
Ele praticamente também não tem sobrancelhas, a voz é demasiado rouca e os amigos nunca o contrariam em nada. Também há quem diga que o artista original do Ruca morreu de cancro, e que é por isso que a personagem é assim.
Justificações?
Ele praticamente também não tem sobrancelhas, a voz é demasiado rouca e os amigos nunca o contrariam em nada. Também há quem diga que o artista original do Ruca morreu de cancro, e que é por isso que a personagem é assim.
Mas afinal porque é que o Ruca é careca?
Por mais interessantes que sejam estas teorias, nenhuma delas é verdadeira. A explicação para a falta de cabelo do Ruca está no site oficial do personagem. A série de desenhos animados foi criada com base nos livros da autora Christine L’Heureux, onde o Ruca aparecia inicialmente como um bebé de nove meses.
À medida que a personagem ia crescendo, a Editora Chouette foi percebendo que a criança ficava irreconhecível quando lhe colocavam cabelo. Portanto, ele mantém a imagem carequinha, mesmo estando já com mais idade. Ao não perder a imagem inicial, com a qual as crianças já estavam familiarizadas, não se estaria a descaracterizá-lo.
Foi apenas por isso. para além disso, também se espera que as crianças entendam a careca do Ruca como a prova de que não há mal nenhum em ser diferente.
Igual a este, existem outros
ASSOCIADOS À CRIANÇA/JOVEM COM CANCRO.
QUERES SABER QUAIS SÃO?
O cancro da criança é igual ao dos adultos
Mito - Os cancros mais comuns em adultos, como de pulmão e mama são parte de um grupo denominado carcinomas, que são causados, em parte, por fatores ambientais/estilos de vida, e como tal, quase nunca são vistos em crianças. Muitos cancros infanto juvenis derivam de células - do período em que o bebé ainda estava a desenvolver-se, nos estádios iniciais da gravidez.
Mito - Apesar de não estar diretamente associado a fatores como dieta e sedentarismo (estilos de vida), não se determina a predisposição genética como o único fator de risco. Pelo contrário, menos de 10% das crianças com cancro, tem a hereditariedade como causa da doença. A razão para a maioria dos casos ainda é desconhecida.
A criança com cancro não pode tomar vacinas
Depende. As vacinas vivas, como as contra poliomielite, sarampo, rubéola, varicela e febre amarela estão contraindicadas durante o período de tratamento de quimioterapia, porque podem provocar infeção similar à natural, o que deve ser evitado em quem está com o sistema imunológico debilitado. Já as vacinas não vivas, como as contra a tosse convulsa, tétano, difteria e hepatite B, pneumococo, haemophilus e influenza estão autorizadas de acordo com cada situação.
Mito - Apesar de grande parte dos tratamentos provocarem queda de cabelo, isso não ocorre necessariamente com todos. A queda capilar depende do tipo de tumor e do medicamento utilizado. Doses mais intensas de quimioterapia costumam aumentar o risco desse efeito secundário.
A criança em tratamento de QUIMIOTERAPIA não pode comer alimentos crus
Verdade - Apesar de oferecerem maior concentração de nutrientes, os alimentos crus são mais propensos a conter microrganismos, aumentando o risco de infeções. Por isso, tais alimentos devem ser evitados. O nutricionista que acompanha o tratamento é o profissional ideal para indicar quais frutas e verduras podem ser consumidas. Também é importante ter em atenção a alimentação em restaurantes ou outros estabelecimentos, por não ser possível verificar a procedência e a higienização dos produtos.
A criança em tratamento oncológico não pode ir para a escola
Mito - Nos períodos em que estiver clinicamente bem, é permitido frequentar a escola e até mesmo outros locais. No entanto, deve-se ter cuidado quando existir casos de doenças na escola ou na turma da criança, pois a sua imunidade é mais baixa.
Muitos pais acreditam que durante o tratamento devem manter os filhos em casa. Mas eles podem sair, se tiverem alguns cuidados, como por exemplo: evitar lugares fechados e aglomerados, como hipermercados e transporte público, devido ao maior risco de contrair alguma infecção.
A criança em tratamento de QUIMIOTERAPIA não pode frequentar praia e/ou piscinas
Verdade - As águas do mar e da piscina são ambientes que oferecem alto risco de contaminação, devido à alta concentração de produtos químicos ou bactérias. Devido à queda na imunidade provocada pelo tratamento, devem evitar praias e piscinas.
A exposição à luz solar em excesso também pode trazer riscos. Caso uma criança em tratamento necessite de sair ao ar livre, recomenda-se escolher horários de sol mais ameno (antes das 10h e depois das 16h), o uso de protetor solar e permanecer preferencialmente na sombra.
A crianças em tratamento de QUIMIOTERAPIA deve ficar longe do animal de estimação
Mito - O animal não precisa ser retirado da residência. Porém, deve-se tomar uma série de cuidados para que o contato da criança com aquele não ofereça risco de contaminação - não o deve deixar dormir na mesma cama, bem como evitar atos como lambidas no rosto, arranhões e mordidas também é importante.
Mesmo após a alta do tratamento, a criança com cancro precisa continuar o acompanhamento médico ao longo da vida
Verdade - O cuidado deve permanecer após a alta, para avaliação de possíveis efeitos tardios decorrentes da terapia ou mesmo da possibilidade de recidiva da doença. Esse acompanhamento clínico tem como objetivo assegurar melhor qualidade de vida para a criança e adolescente ao longo de sua vida.
Bibliografia:
https://nit.pt/out-of-town/miudos/ruca-doenca-mito-urbano
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