Habitualmente pouco pacífica, a adolescência
constitui uma fase de desenvolvimento caracterizada por profundas transformações
a nível físico, psicológico, afectivo, social e familiar (Rosa Rodrigues,2010).
A
gravidez na adolescência é um fenómeno universal, tendo as suas origens no
passado, existe connosco no presente e, se não for prevenida, continuará no
futuro.
Portugal
é o segundo país da Europa Ocidental a registar maior número de grávidas
adolescentes, muito embora na última década se verifique um decréscimo. Todos os dias doze adolescentes dão à
luz em Portugal! (Rosa Rodrigues, 2010)
Gráfico 1: Fontes de Dados: INE - Estatísticas de
Nados-Vivos | Estimativas Anuais da População Residente. Fonte: PORDATA
Gravidez desejada e gravidez indesejada
Uma
gravidez indesejada na adolescência ocorre por várias razões:
· Porque
o método contracetivo falhou ou pela má utilização do mesmo;
· Porque
não se utilizou qualquer proteção durante as relações sexuais;
· Por
falta de informação;
· Pela
existência do pensamento mágico de que “só
acontece aos outros” ou, ainda, por crendices e mitos à volta das
relações sexuais como, por exemplo: na
primeira vez não há risco de ficar grávida ou quando “se faz de pé” não há problema!
Existem,
também, gravidezes que são desejadas durante a adolescência e que são
determinadas:
· Por
padrões culturais;
· Por
questões mais complexas como, por exemplo, o sentir que estando grávida se
consegue o amor do namorado; a fantasia de que a gravidez lhe trará mais afeto,
atenção por parte dos outros; como forma de sair de casa dos pais mais
rapidamente ou até mesmo pela idealização de que o bebé lhe trará o “papel da
sua vida”.
A
decisão de ter um filho implica ponderação e diálogo sobre a responsabilidade
de o ter, sobre a forma como um filho altera completamente a vida e sobre as
coisas de que é preciso prescindir depois da maternidade/paternidade.
COMO SABER SE ESTOU GRÁVIDA?
Se
existiram relações sexuais desprotegidas (pelos mais variados motivos) e a
menstruação não surgiu na altura em que deveria surgir, não vale a pena entrar
em pânico, mas também não adianta “fingir” que não é nada.
É preciso refletir um pouco sobre a situação e avançar para um teste
de gravidez! Este pode ser comprado na farmácia e levado para fazer em
casa (com a primeira urina da manhã) ou então pode ser feito na própria
farmácia (levando a urina num recipiente esterilizado). Pode ainda fazer o teste
no Centro de Saúde numa consulta de Planeamento Familiar ou num Centro de
Atendimento a Jovens.

SE DER POSITIVO, O QUE FAZER?
Uma gravidez precoce
não planeada implica sempre uma tomada de decisão. Independentemente da decisão que se
venha a tomar, é importante procurar o apoio de uma ou mais pessoas, para que
esta possa ser uma reflexão ponderada e de forma a conseguir lidar melhor com a
situação.
·
“o
que vão dizer os meus pais?”;
·
“como vai ser o meu futuro?”;
·
“será
que devemos prosseguir com a gravidez?”.
Qualquer que seja a decisão, não deve ser fácil!
Procure
ajuda, falando com alguém de confiança: o pai ou a mãe ou outro familiar, um
professor, um amigo. Tem, também, à sua disponibilidade:
Poderão
encontrar o apoio de técnicos especializados em Saúde Sexual e Reprodutiva nas
linhas descritas acima.
É HORA DE DECIDIR…
Perante
esta situação existem várias opções:
· Prosseguir
com a gravidez e, se esta for levada a termo, colocar o bebé em instituição
oficial para adoção;
· Interromper
a gravidez, tendo em conta a legislação em vigor (Lei n.º 16/2007 – artigo 1º).
No caso de a rapariga ser menor de 16 anos, o consentimento para realizar a
interrupção da gravidez é prestado pelo representante legal.
Bibliografia:
Rodrigues,
Rosa. Gravidez na Adolescência. NASCER
E CRESCER revista do hospital de crianças maria pia. 2010, vol XIX, n.º 3.
Portal
da juventude. Disponível em: Juventude.gov.pt
Consenso sobre Contraceção. Sociedade Portuguesa de
Ginecologia, 2011.
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