quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Doenças Raras: Um Novo Conceito na Saúde Pública

 




Doenças raras como conceito é recente e ainda desconhecido por grande parte da população.

É impossível desenvolver apoios ao nível da saúde específicos para cada doença rara. Ou seja, não conseguimos definir que em determinada doença se procede desta forma e que na outra se procede de forma diferente. Isto acontece porque essas medidas se destinam a muito poucas pessoas e todas estas, embora tendo a mesma doença rara em alguns casos, os sintomas que apresentam podem ser diferentes. Assim, ao agrupar este tipo de doenças num conceito só, constitui uma mais valia. Uma abordagem de forma global a estas doenças permite que cada uma delas, de forma individual, saia do anonimato

O conhecimento devidamente fundamentado e científico nas áreas que afetam as doenças raras é ainda escasso. Embora a investigação nesse sentido continue a aumentar, (particularmente nas doenças que existem em maior número, ou que têm uma maior divulgação nos meios de comunicação social) apenas cerca de 1000 doenças possuem conhecimento científico mínimo. A difusão e aquisição do conhecimento nestas áreas é importante para um diagnóstico precoce e simultaneamente avanço em medidas terapêuticas que proporcionem um bem-estar de qualidade a estas pessoas.

 Em muitas situações, a divulgação destas doenças é realizada pelas associações e grupos profissionais, tendo assim um importante papel na consciencialização do público.



Grande parte das pessoas que têm doenças raras sofrem do mesmo problema: atraso e falha no diagnóstico, falta de informação acerca da doença, falta de referências para profissionais qualificados, falta de disponibilidade de cuidados com qualidade e de benefícios sociais, fraca coordenação dos cuidados de internamento e de consulta externa, autonomia reduzida, dificuldade na reintegração no meio escolar (posteriormente no mundo de trabalho) e ambientes social e familiar.

 As pessoas podem viver muitos anos sem que os sintomas sejam reconhecidos (noutros casos mesmo confundidos com sintomas de outras doenças) e tratados, encontrando-se assim em situações precárias, com cuidados de saúde deficitários. Estas situações ocorrem devido ao facto de que uma doença não diagnosticada se encontra excluída dos sistemas de cuidados de saúde e consequentemente não é tratada!!

A perceção da qualidade de vida por parte dos portadores deste tipo de doenças está diretamente ligada com a qualidade dos cuidados que estes auferem e não com a gravidade do problema em si. O que influencia todo esse plano de cuidados é o conhecimento acerca da patologia que determina tanto a rapidez com que é diagnosticada como a qualidade das coberturas médicas e sociais, daí ser tão necessário o investimento de investigação científica nestas áreas.



Existe uma grande esperança no progresso científico e terapêutico. Espera-se que desse progresso surja também uma mudança profunda. Atualmente, para as doenças raras:

• Não há um número suficiente de programas de investigação públicos

• Os medicamentos desenvolvidos para tratar pequenos números de doentes permanecem muito limitados e dispendiosos

As doenças raras, ainda mais do que as outras doenças crónicas, caracterizam-se pelo facto dos doentes e as suas famílias serem muito pró-ativos já que muitas vezes:

• Conhecem a sua doença e as suas particularidades tão bem como os profissionais

               Cuidam do seu próprio tratamento. Muitas das vezes a medicação que necessitam não é comparticipada pelo Estado tendo eles de a pagar com os seus próprios meios. Noutras situações acontece que o tratamento que necessitam não existe no seu país e têm de ir ao estrangeiro para o conseguir. Noutros casos a medicação que existe não trata a doença mas apenas diminui os efeitos que estas doenças podem ter nas limitações das pessoas.

A maior parte das organizações que surgem nestas áreas resultam da experiência adquirida pelos portadores de doenças raras e respetivas famílias que se unem, ao serem excluídos de sistemas de saúde, tendo como objetivo tomar conta da sua própria doença.

 Neste sentido, as associações são criadas de pessoas para pessoas, onde o objetivo geral de todas é de partilhar e disseminar a maior quantidade de informação possível. O seu envolvimento é de caráter fundamental, uma vez que contribuem de forma ativa para o progresso terapêutico, desde o que diz respeito a testes clínicos, como a criação de ações de sensibilização, de centros de tratamento e muitas outras áreas.

Para mais informações podes consultar alguns sites de associações, como por exemplo: https://fedra.pt/, https://www.aliancadoencasraras.org/ https://www.spdm.org.pt/links/associacoes-nacionais-de-doentes/ entre muitas outras. 

Artigo elaborado por: Vanessa Baptista 
Aluna do 4ºano Licenciatura Enfermagem - Escola Superior de Saúde de Viseu
UCC Grei Águeda

Referências :  https://apn.pt/apn/doenca-rara/

 

 

 


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