Se pensarmos em uma criança com autismo, talvez nos deixemos levar pelo
traço mais comum deste transtorno: a timidez. Pensamos logo numa pessoa
excêntrica, imersa na sua realidade, que não brinca nem fala com ninguém. Imaginamos
que essa pessoa ignora o resto do mundo, incluindo seus pais e familiares mais
próximos. No entanto, é muito importante saber se relacionar com uma pessoa
autista.
Tu sabias que nos últimos anos,
os diagnósticos de autismo têm aumentado substancialmente? O
Transtorno do Espectro Autista (TEA) é mais comum do que tu podes imaginar.
Isso
significa muito provavelmente que tu já tenhas convivido com uma pessoa com
autismo sem saber. E se isso ainda não aconteceu, é possível que ainda venhas a
conviver com uma ao longo da tua vida.
Então,
que tal aproveitares a oportunidade e aprenderes a relacionar-te?
Nós podemos ajudar-te!
Antes de mais nada, é importante desmistificar alguns tabus…
…
nem sempre se caracteriza como alguém completamente isolado do mundo, que não fala,
com comportamentos agressivos ou movimentos de balanceio repetitivos em um
canto da sala.
Isto
porque, o espectro é tão amplo, que uma pessoa com autismo
leve pode estar entre os colegas de sala ou do trabalho, um vizinho ou familiar
que tenha dificuldades para fazer amigos e interesses por algo muito
específico.
…pode,
por um lado, ter menos tolerância para escutar um volume de som mais alto,
enquanto que, por outro lado, não sinta dor quando leva um beliscão de alguém;
… processa
as informações em partes, o que limita a sua capacidade de perceber
uma situação como um todo, assim como explica a dificuldade que as pessoas com
autismo têm de compreender o contexto.
… tem dificuldade
de desenvolver raciocínios subjetivos, abstratos ou que precisam de
imaginação e, por isso, apresentam dificuldade de compreender um ponto de vista
diferente, entendendo o que se está a falar, de forma literal.
Para
perceberes melhor…
Ufa! Por este ponto de vista parece impossível colocares uma ordem nesta confusão, não é mesmo?
Pois
bem, para alguém com autismo é isto mesmo… tenta organizar todos os
estímulos que recebe, da melhor forma possível. É daí que vem aquela
dificuldade de se socializar, de desenvolver uma linguagem com
fins comunicativo e de ter comportamentos que o faz parecer
esquisito.
Como tal, ficar em silêncio nalgum lado ou fazer um movimento repetitivo, assim como construir rotinas/criar rituais para tornar determinadas ações mais seguras e previsíveis, pode ser muito reorganizador.
Mas…como me posso relacionar?
É mais fácil tu que tu pensas, já que a
pessoa com autismo é das pessoas mais sinceras com que te
podes relacionar.
Isto porque, autismo e mentiras/artimanhas sociais são atitudes subjetivas que um cérebro de um autista não consegue processar.
Identifica quando necessita de estar sozinho - todos dão sinais quando se sentem sobrecarregados. Nestes momentos, eles isolam-se, fazem movimentos repetitivos ou ainda podem ter comportamentos defensivos. Eles não estão zangados contigo, só estão a sentir demasiado!
Dá-lhe o tempo que necessita para ele se recompor!
Fala de forma direta e concreta - se precisares, usa recursos visuais, mostrando sobre o que estás a falar. Tenta não fazer brincadeiras de duplo sentido, ele pode ficar confuso. Se fizeres alguma brincadeira, explica em seguida.
Para pessoas com autismo, falar sobre os seus interesses específicos são as melhores conversas!
Não te
ofendas por não entenderem os teus interesses ou sentimentos - eles realmente
não os percebem. Quando perceberem e aprenderem como ajudar, ficarão muito
felizes!
Para socializares com uma pessoa autista, é fundamental que lhe expliques como te sentes e o porquê das tuas emoções.
Faz mudanças
graduais – devido à sua sensibilidade à mudança, pode apresentar desconforto. Por
exemplo, pode ficar desconfortável se a sua cadeira se encontra afastada da
mesa.
Se não for avisada sobre as mudanças, pode reagir de forma exagerada e
até mesmo auto-lesionar-se!
Não
interrompas a sua auto-estimulação – o balançar ou
sacudir as mãos, dar voltas aos objetos, repetir palavras que ouviu (ecolália)
ou usar sempre a mesma roupa, são comportamentos repetitivos. A função destes,
é proporcionar-lhe uma estimulação sensorial ou cinestésica.
Como podes constatar, relacionar-te de forma
adequada com uma pessoa com AUTISMO é difícil, mas vale a pena!
Webgrafia
https://www.espacoviverpsicologia.com/single-post/2019/04/03/5-pontos-que-ajudar%C3%A3o-voc%C3%AA-a-se-relacionar-com-uma-pessoa-com-autismo
https://amenteemaravilhosa.com.br/como-se-relacionar-com-uma-pessoa-autista/
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