quinta-feira, 1 de abril de 2021

Como posso ser amigo de alguém com AUTISMO?

 

Se pensarmos em uma criança com autismo, talvez nos deixemos levar pelo traço mais comum deste transtorno: a timidez. Pensamos logo numa pessoa excêntrica, imersa na sua realidade, que não brinca nem fala com ninguém. Imaginamos que essa pessoa ignora o resto do mundo, incluindo seus pais e familiares mais próximos. No entanto, é muito importante saber se relacionar com uma pessoa autista.

 

 

Tu sabias que nos últimos anos, os diagnósticos de autismo têm aumentado substancialmente? O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é mais comum do que tu podes imaginar.

 

Isso significa muito provavelmente que tu já tenhas convivido com uma pessoa com autismo sem saber. E se isso ainda não aconteceu, é possível que ainda venhas a conviver com uma ao longo da tua vida.

 

Então, que tal aproveitares a oportunidade e aprenderes a relacionar-te? Nós podemos ajudar-te!


Antes de mais nada, é importante desmistificar alguns tabus…

 

… nem sempre se caracteriza como alguém completamente isolado do mundo, que não fala, com comportamentos agressivos ou movimentos de balanceio repetitivos em um canto da sala.

 

Isto porque, o espectro é tão amplo, que uma pessoa com autismo leve pode estar entre os colegas de sala ou do trabalho, um vizinho ou familiar que tenha dificuldades para fazer amigos e interesses por algo muito específico.

 

 


…pode, por um lado, ter menos tolerância para escutar um volume de som mais alto, enquanto que, por outro lado, não sinta dor quando leva um beliscão de alguém;

 

… processa as informações em partes, o que limita a sua capacidade de perceber uma situação como um todo, assim como explica a dificuldade que as pessoas com autismo têm de compreender o contexto.

 

… tem dificuldade de desenvolver raciocínios subjetivos, abstratos ou que precisam de imaginação e, por isso, apresentam dificuldade de compreender um ponto de vista diferente, entendendo o que se está a falar, de forma literal.

 

 

Para perceberes melhor…

 

Tenta imaginar o som do tique taque do relógio, ao mesmo tempo que alguém te fala sobre a realização de uma tarefa, enquanto tentas sentir o sabor da carne, perdido no molho de mostarda, durante o almoço.


Ufa! Por este ponto de vista parece impossível colocares uma ordem nesta confusão, não é mesmo?

 

Pois bem, para alguém com autismo é isto mesmo… tenta organizar todos os estímulos que recebe, da melhor forma possível. É daí que vem aquela dificuldade de se socializar, de desenvolver uma linguagem com fins comunicativo e de ter comportamentos que o faz parecer esquisito.

 

Como tal, ficar em silêncio nalgum lado ou fazer um movimento repetitivo, assim como construir rotinas/criar rituais para tornar determinadas ações mais seguras e previsíveis, pode ser muito reorganizador.


Mas…como me posso relacionar?

É mais fácil tu que tu pensas, já que a pessoa com autismo é das pessoas mais sinceras com que te podes relacionar.

Isto porque, autismo e mentiras/artimanhas sociais são atitudes subjetivas que um cérebro de um autista não consegue processar.

 

Identifica quando necessita de estar sozinho - todos dão sinais quando se sentem sobrecarregados. Nestes momentos, eles isolam-se, fazem movimentos repetitivos ou ainda podem ter comportamentos defensivos. Eles não estão zangados contigo, só estão a sentir demasiado!

Dá-lhe o tempo que necessita para ele se recompor!

Fala de forma direta e concreta - se precisares, usa recursos visuais, mostrando sobre o que estás a falar. Tenta não fazer brincadeiras de duplo sentido, ele pode ficar confuso. Se fizeres alguma brincadeira, explica em seguida.

 

Para pessoas com autismo, falar sobre os seus interesses específicos são as melhores conversas!


Não te ofendas por não entenderem os teus interesses ou sentimentos - eles realmente não os percebem. Quando perceberem e aprenderem como ajudar, ficarão muito felizes!

 

Para socializares com uma pessoa autista, é fundamental que lhe expliques como te sentes e o porquê das tuas emoções.


Faz mudanças graduais – devido à sua sensibilidade à mudança, pode apresentar desconforto. Por exemplo, pode ficar desconfortável se a sua cadeira se encontra afastada da mesa.

 

Se não for avisada sobre as mudanças, pode reagir de forma exagerada e até mesmo auto-lesionar-se!


Não interrompas a sua auto-estimulação o balançar ou sacudir as mãos, dar voltas aos objetos, repetir palavras que ouviu (ecolália) ou usar sempre a mesma roupa, são comportamentos repetitivos. A função destes, é proporcionar-lhe uma estimulação sensorial ou cinestésica.

 


Como podes constatar, relacionar-te de forma adequada com uma pessoa com AUTISMO é difícil, mas vale a pena!



Webgrafia

https://www.espacoviverpsicologia.com/single-post/2019/04/03/5-pontos-que-ajudar%C3%A3o-voc%C3%AA-a-se-relacionar-com-uma-pessoa-com-autismo

https://amenteemaravilhosa.com.br/como-se-relacionar-com-uma-pessoa-autista/



 

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