segunda-feira, 22 de março de 2021

Melanina e Racismo

A melanina é um tipo de proteína produzido nos melanócitos a partir de um aminoácido essencial chamado tirosina. É essa proteína a principal responsável por colorir a pele e pelos dos seres humanos, além de proteger o DNA das células contra a radiação ultravioleta emitida pelo sol.

A presença da melanina no organismo não está restrita à pele, também pode ser encontrada na retina, íris e orelha interna.













Existem dois tipos principais de melanina: a eumelanina e feomelanina. A primeira apresenta uma coloração que varia do negro ao castanho, além de possuir um alto peso molecular e capacidade de dispersar a luz ultravioleta. Já a feomelanina apresenta coloração que varia do vermelho ao amarelo.


Quando somos expostos ao sol, observamos o escurecimento da nossa pele, ocorrência que é uma forma de proteger o nosso ADN. Nesse momento, observa-se uma produção aumentada de um tipo de melanina denominado de melanina facultativa. A melanina facultativa só é produzida quando ocorre exposição aos raios ultravioleta. Em contrapartida, existe um tipo de melanina que é produzido graças à ação dos nossos genes: a melanina construtiva. Diante disso, é fácil compreender que o bronzeado é conseguido graças à produção de melanina facultativa, enquanto a nossa cor real de pele é o resultado da melanina construtiva.



Ninguém é melhor que o outro por ser mais “claro” ou mais “escuro”, a sociedade “impingiu” estigmas que nós temos que combater. Mais de 60% dos portugueses manifestam crenças racistas, diz um estudo do European Social Survey. A ONG SOS Racismo sugere medidas estruturantes para combater o racismo em Portugal, sobretudo na educação e na justiça.

A realidade é que as pessoas “brancas” continuam a ter mais privilégios do que as pessoas “negras”, estes são alguns exemplos:

- A justiça é mais dura nas pessoas de pele mais escura

- Os senhorios privilegiam o aluguer de casas a pessoas brancas

- As entidades empregadoras evitam contratar pessoas negras

 

“Quando colocamos crianças e jovens afrodescendentes a falar sobre o racismo nas escolas, apercebemo-nos de que não se queixam nem de diferenças de tratamento da parte dos professores ou do pessoal não docente, nem tão pouco de um currículo racista. Ao contrário do que certos académicos ou ideólogos por vezes nos querem fazer crer, estes não são os motivos habituais de queixa das vítimas do racismo na escola. Do que se queixam, isso sim, é dos comportamentos racistas de alguns colegas.” (António Duarte, blogue “Escola Portuguesa”).












Deixamos aqui o link de um vídeo de uma entrevista do comediante Diogo Faro a Nuna (https://www.youtube.com/watch?v=kPRtvkP-ohk- parece-nos irrealista que em pleno século XXI exista um código em algumas lojas que é ativo quando uma pessoa negra entra para fazer compras. Vejam, é muito interessante e faz-nos pensar em aspetos relacionados com o Racismo em que antes nunca tínhamos imaginado!!

Não devíamos viver num mundo em que uma pessoa é julgada pela cor da pele, algo que ela própria não pode controlar. Um em cada 73 cidadãos dos PALOP está preso. É dez vezes mais do que a proporção que existe para os portugueses.

O ano de 2020 foi um ano de revolução no que toca ao combate ao racismo, todos vocês devem ter visto as notícias de um cidadão americano (George Floyd) que foi violentamente assassinado, asfixiado com o joelho, pela polícia.








Agora que já percebeste como funciona a melanina e como ela afeta todos os tons de pele, será que o racismo e a discriminação pela cor da nossa pele fazem sentido? 

Existem algumas fundações que tentam combater o racismo, podes procurar mais informações nos sites deles:

https://www.sosracismo.pt/apresentacao

https://blacklivesmatter.com/about/


“Todos exigimos e queremos respeito, homem ou mulher, negro ou branco. É um direito humano básico.”

Aretha Franklin

 

Webgrafia:

https://www.biologianet.com/histologia-animal/melanina.htm

https://acervo.publico.pt/racismo-a-portuguesa

https://escolapt.wordpress.com/2017/10/30/racismo-nas-escolas-portuguesas/


Artigo elaborado por Beatriz Lourenço (Aluna de Enfermagem), sob a supervisão dos Enfermeiros da UCC Grei Águeda



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