quarta-feira, 9 de março de 2022

Insuficiência Renal e Alimentação

 

Conheces alguém que tenha um problema de saúde relacionado com os rins?


Sabes que os rins são essenciais para a nossa saúde, pois filtram o sangue e eliminam do organismo os produtos tóxicos, que nos fazem mal.

Sabes que as principais causas da doença renal são a hipertensão arterial e a diabetes. No entanto se estas duas condições estiverem controladas, a doença pode ser prevenida, e mesmo se já existir, a sua evolução pode ser retardada através de uma correta escolha a nível alimentar.

Para mantermos um bom funcionamento renal, devemos ter uma alimentação saudável que seja “amiga” do rim e que modere o consumo de alguns nutrientes nomeadamente, recomenda-se a redução na ingestão de proteínas, fósforo, potássio e líquidos. O objetivo desta dieta é manter os níveis de eletrólitos, minerais e fluídos, controlados no organismo.


Proteínas

Uma dieta pobre em proteínas pode enfraquecer o cabelo e as unhas, causa flacidez a nível da pele e pode provocar perda de massa muscular. Mas o excesso de proteína pode originar problemas nos rins, em especial nas pessoas com insuficiência renal, pois sobrecarregam o seu funcionamento. Assim, deve-se limitar a quantidade de:

  • Carne vermelha
  • Carne branca
  • Peixe
  • Leite
  • Ovos

 

Hidratos de Carbono

Os hidratos de carbono são a forma de energia que o nosso corpo mais utiliza e de forma mais rápida. Muitos hidratos de carbono são ricos em potássio e fósforo e, podem constituir um problema em situações mais avançados da doença renal.

Alimentos com hidratos de carbono a evitar ou limitar são:

  • Açúcar
  • Mel
  • Bebidas alcoólicas
  • Refrigerantes
  • Alimentos processados como bolachas, bolos e cereais ricos em açúcar
  • Produtos de pastelaria
  • Pão branco
  • Bananas e laranjas
  • Chocolate e cacau
  • Gelados
  • Caramelo
  • Compotas
  • Sumos

Sal

O sal é um mineral presente em quase todos os alimentos. O excesso de sal provoca sede, leva à formação de edemas e aumenta a tensão arterial. Isto provoca danos renais e um excesso de trabalho por parte do coração.

Deves seguir as seguintes recomendações de modo a evitares o sal na tua alimentação:

  • Reduz a quantidade de sal, substituindo-o por ervas frescas e condimentos
  • Não adiciones sal ao teu prato, enquanto o estás a saborear
  • Evita os vegetais e peixes enlatados pois são ricos em sal
  • Se fores consumir produtos enlatados, passa-os bem por água corrente, de forma a eliminar o máximo de sal possível
  • Evita presunto, bacon, fiambre e produtos fumados
  • Evita snacks com sal, como amendoins fritos e bolachas
  • Evita as refeições pré-feitas: nunca se consegue controlar a quantidade de sal
  • Cuidado com as azeitonas em frasco e os pickles
  • Evita ir a cadeias de fast food: além de alimentos muito gordurosos, também possuem bastante sal
  • Limita o uso de molho de soja, molho de barbecue e ketchup
  • O marisco e os crustáceos são ricos em sal
  • Cuidado com os substitutos do sal: normalmente são ricos em potássio e este mineral em excesso pode agravar ou levar a doença renal

 

Minerais

O Potássio é um mineral presente em quase todos os alimentos e essencial ao funcionamento muscular. Mas quando existe insuficiência renal, os níveis de potássio devem estar estabilizados, caso contrário aparecem cãibras musculares, batimentos cardíacos irregulares e fraqueza muscular.

 Os alimentos com grande quantidade de potássio e que o seu consumo deve ser limitado são:

  • Abacates, bananas, melão, laranjas, ameixas e quivis

  • Frutos secos e desidratados
  • Alcachofras, couves, espinafres e batatas
  • Abóbora, espargos, tomate e molhos com tomate
  • Produtos com farelo (de trigo e aveia, por exemplo) e granola
  • Grão-de-bico, ervilhas secas e favas
  • Feijão e arroz selvagem
  • Leite em pó

 

Fósforo é outro dos minerais que, apesar de estar contido em muitos alimentos e ter várias propriedades benéficas (intervém na síntese do cálcio e vitamina D de forma a manter ossos e dentes saudáveis), em excesso, pode levar a fraturas ósseas frequentes.

 Muitas pessoas com doença renal necessitam de limitar o seu consumo, devendo evitar:

  • Pão integral
  • Farelo de cereais e aveia
  • Oleaginosas (nozes, sementes de girassol, amêndoas, avelãs e amendoins)
  • Refrigerantes (principalmente de cor escura)
  • Leite e derivados
  • Chocolate e cacau

 

Água / Líquidos

A água é essencial à vida, mas quando os rins estão debilitados, esta deve ser limitada, uma vez que os rins não conseguem filtrar nem excretar os líquidos como deviam. Demasiados fluídos no corpo conduzem a tensão arterial alta, edemas, falência cardíaca e pulmonar.

Nesta situação segue as seguintes recomendações:

  • Ingere a quantidade de água/líquidos que a tua equipa de saúde te recomenda
  • As sopas são ricas em água: quando a tua mãe as confecionar, deve usar a quantidade mínima necessária para cozer os legumes
  • Os gelados, alimentos com gelo e a gelatina também têm uma grande percentagem de água
  • Cuidado também com a fruta e os vegetais, que podem ter bastante água
  • Alimentos ricos em sal potenciam a sede: evita ingeri-los

 

Quando os rins não funcionam corretamente, deixam o organismo vulnerável ao aparecimento de várias complicações. Deste modo, manter uma boa função renal contribui para uma melhor saúde!

 


 

Webgrafia

https://www.portaldadialise.com/articles/se-quer-preservar-os-seus-rins-fique-longe-de-certos-alimentos

https://www.apn.org.pt/documentos/manuais/Manual_doenca_renal.pdf

https://www.apir.org.pt/nutricao/



segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Os estádio da negação!

 

Quando recebes ou conheces alguém que recebe uma notícia de doença crónica complexa, automaticamente ocorrem alterações a todos os níveis:

A pessoa muda a sua visão do mundo, porque perde o controle dos acontecimentos, a vida fica diferente e a importância do tempo é alterada. O foco da atenção muda e a recuperação da saúde torna-se o centro de tudo!

Lidar com mudanças não é tarefa fácil, mas lidar com tragédias e contrariedades, pode ser ainda mais custoso.

 

Sabias que existe um padrão na forma como lidamos com episódios assim?

 

Inicialmente este padrão, foi estudado por Elisabeth Kluber Ross, em pessoas com perdas pessoais catastróficas (morte de um ente querido, divórcio). No entanto, começou a perceber que poderia ser aplicada para qualquer mudança pessoal significativa, não só mortes, doenças ou divórcios. Ou seja, quando lidamos com qualquer situação contrária ao que esperávamos, seja um feedback negativo, uma demissão ou um término, tendemos a passar por esses cinco estágios.

 

Entender como este padrão funciona, pode ajudar-nos a lidar melhor com qualquer situação adversa ou apoiar pessoas próximas que estejam a atravessar um momento complicado! 





Negação: “Isso não pode estar a acontecer.”

A negação é uma ação consciente ou inconsciente de se recusar a aceitar os fatos, informação ou realidade. É um mecanismo de defesa que nos faz não acreditar que certa situação é realmente verdade. Algumas pessoas podem até ficarem presas nesse estágio ao lidarem com uma mudança muito traumática como a morte, forjando para si mesmas que o ente amado ainda está vivo.

Pode ser vista como forma de defesa de algo improvável e pode durar minutos ou até mesmo anos.

 

Raiva: “Porquê eu? Não é justo.”

O estágio de raiva pode-se manifestar de diversas formas. Uma pessoa ao lidar com uma deceção emocional pode sentir raiva dela mesma, de outras pessoas, ou mesmo, da vida ou da entidade maior na qual acredita. É decorrente de um senso de justiça, como se a pessoa não se sentisse merecedora daquela tragédia ou tivesse raiva dela mesmo por ter atraído aquilo para sua vida.

Esta fase é a mais delicada, a pessoa está incongruente e pode ter atitudes desagradáveis.

 

Negociação: “Deus, deixa-me viver até ser idoso.”

A fase de negociação é quase como que um implorar para que a tragédia ou mudança não seja tão drástica. Mais uma vez, é uma tentativa de fuga do acontecimento, de procurar alguma forma de ele ser menos doloroso e de o reverter.

Ao lidar com doenças, a negociação tende a ser com Deus ou com o que quer que a pessoa acredite. Ao lidar com perdas mais quotidianas, pode ser com outras pessoas.

 

Depressão: “Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa?”

O estágio de depressão tende a acontecer quando a pessoa realmente percebe que aquilo vai acontecer, não sendo uma ilusão ou algo negociável, e reage com um “choque” emocional. A forma de reagir depende muito de cada caso, mas é comum sentir tristeza, angústia, medo, até um vazio. É uma etapa dura, mas ao menos simboliza que a pessoa caiu em si e que está a começar a aceitar a realidade, mesmo que ainda de forma não saudável.

É uma fase de grande sofrimento, em que a colaboração que podemos dar é estar ao lado e ouvir.

 

Aceitação: “Tudo vai acabar bem.”

Por fim, tem-se o estágio de aceitação em que passado o choque emocional, a pessoa começa a perceber que de uma forma ou de outra, as coisas vão ficar bem, que a vida tem de continuar, que aquilo faz parte, ou até mesmo, começa a ver o lado positivo daquele acontecimento. É só a partir da aceitação, que a pessoa consegue reagir e trazer mudanças positivas para a sua vida.

Nesta fase, a pessoa reflete e tem uma perceção mais congruente da situação.

 


Webgrafia:

https://www.psicologiamsn.com/2014/09/as-5-fases-do-luto-ou-sobre-a-morte-de-elisabeth-kubler-ross.html

http://thesunjar.com/os-5-estagios-da-aceitacao-de-mudancas-drasticas/




terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Ter Cancro na Escola!

 Em Portugal, são diagnosticadas anualmente cerca de 400 crianças com cancro. O cancro pediátrico pode afetar diferentes zonas do corpo do que o cancro nos adultos, mas a taxa de cura é mais alta (cerca de 80%).

Os principais cancros registados em crianças são:

- Leucemia: cancro na medula óssea

- Tumores do Sistema Nervoso Central: neoplasias no cérebro e medula espinhal

- Sarcoma: desenvolvem-se a partir de qualquer tecido do corpo

- Tumores embrionários: no tecido que, em princípio, só é visto no embrião em desenvolvimento

- Linfoma: pode surgir em qualquer tecido linfático do corpo, existem dois tipos Linfoma de Hodgkin e Linfoma Não Hodgkin

Devido aos tratamentos ou sintomas da doença, algumas crianças/adolescentes podem ficar sem condições para frequentar a escola. É importante que elas continuem a sua aprendizagem, mesmo que por métodos alternativos.

A educação é um direito de todos. Numa situação complicada como é o cancro pediátrico pode até ser terapêutico, a criança vê aquelas horas como escapatória dos tratamentos e dos efeitos colaterais dos mesmos!

A ACREDITAR – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro em conjunto com os serviços escolares dos hospitais, criou um apoio - Aprender Mais - que permite às crianças com cancro ter um apoio escolar online ou em casa e é completamente gratuito.

Todas as crianças/jovens entre os 5 e 18 anos têm direito a este apoio personalizado, consoante as suas necessidades educativas. 

Existe também o Programa de Bolsas de Estudo para Barnabés (crianças com cancro ou que já o tenham superado) e que estão com dificuldades económicas para continuar os estudos.

Tens um amigo com cancro e não sabes como abordar? É professor e não sabe como falar? Não devem complicar o que é simples, a comunicação é a chave mestra. O primeiro passo é perceberes que o teu colega passou por uma situação difícil e desgastante, tanto a nível físico como psicológico. Basta fazeres com que ele/a se sinta confortável e bem-vindo, sorri, abraça, escuta. Pequenos gestos fazem a diferença, a maioria não gosta de ser o centro das atenções.




Abaixo encontra-se um vídeo de um menino de 6 anos, norte americano, que regressou à escola, depois de ter lutado contra o cancro durante três anos. Os colegas, professores e auxiliares, juntaram-se para o aplaudir pela coragem e força que teve durante a batalha dos últimos três anos da sua vida.


Se estás a ler isto e tens cancro ou conheces alguém que está doente, já sabes que existem alternativas ao ensino quando as necessidades são maiores. A educação é um direito de todos e não deve ser comprometida por uma doença. Podes consultar este link https://www.acreditar.org.pt/pt/base1/59 para mais informações sobre este tema.

“A educação é amor e dedicação. É respeitar o tempo de cada aluno para garantir a sua inserção no mundo do saber.”

                                                                                                          Heloísa Paiva

Webgrafia:

https://www.acreditar.org.pt/pt/base1/59 

http://www.oncoguia.org.br/conteudo/13-coisas-para-lembrar-quando-alguem-que-amamos-tem-cancer/8912/69/


Artigo elaborado por Beatriz Lourenço (Aluna de Enfermagem), sob a supervisão dos Enfermeiros da UCC Grei Águeda





Como "remendar" um coração partido

 

Se acabaste de passar por uma separação e te sentes em baixo, não estás sozinho. Quase toda a gente experiencia o fim de um relacionamento em algum momento da vida, e muitos têm então de lidar com o desgosto.

O que é exatamente uma desilusão amorosa?

Muitas coisas podem causar uma desilusão amorosa. Algumas pessoas podem ter tido uma relação romântica que terminou sem elas estarem à espera, ou antes de estarem prontas para o fazerem. Outras podem ter sentimentos fortes por alguém que não sente o mesmo. Ou talvez uma pessoa se sinta triste ou zangada quando um amigo próximo acaba a amizade.

Apesar de as causas poderem ser diferentes, o sentimento de tristeza e perda é o mesmo - quer seja a perda de algo real ou a perda de algo que apenas se esperava.

Como lidar com o que sinto?


A maioria das pessoas vai dizer-te que vais ultrapassar isto ou que vais conhecer outra pessoa, mas quando estamos a passar por esta situação, podemos sentir que ninguém nos percebe ou que nunca ninguém passou pelo mesmo. Se estás a sentir estes sentimentos, há coisas que podes fazer para diminuir a dor.

 


 Por vezes, a tristeza é tão profunda - ou dura tanto tempo - que uma pessoa pode precisar de algum apoio extra. Nessas ocasiões deves falar com a tua Equipa de Saúde, um adulto ou amigo de confiança, ou um profissional.

 

Trabalho realizado por Élia Abrantes, estudante de Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Viseu com supervisão dos enfermeiros da UCC Grei Águeda

Webgrafia:

https://www.bbc.co.uk/bbcthree/article/996edc30-d6e9-480b-b4a8-15b626f0aa76

https://evolvetreatment.com/blog/teen-breakups/




 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Bullying: Mitos

 Quem já não ouviu dizer vezes e vezes sem conta “Bullying é brincadeira de criança/adolescente”?

Cuidado… não é!

É normal sim, haver desentendimentos no desenvolvimento social da criança. Há um chega para lá, uns empurrões, uns insultos. Isto não é bullying, é tensão social e é necessária para definir pontos de vista e compreender limites.


O bullying é um problema mais complicado. Implica um massacre continuado, um chatear consistente com o objetivo de esmagar o outro pelo belo prazer de estar numa posição dominante, conduzindo a consequências graves para quem sofre.

 

Só para veres quão sério é este problema… Um estudo americano constatou que 87% dos ataques e tiroteios em escolas no mundo (foram analisados os 66 casos entre 1966 a 2011) tiveram como causa o Bullying,

Apesar de ser uma temática muito abordada atualmente, continua a ser 
visto por muitas pessoas como um ritual de passagem, algo natural e habitual no ambiente escolar. 

Desmitificar é o começo!



































































































Webgrafia:

https://www.bullyingnaoebrincadeira.com.br/mitos-sobre-o-bullying)



terça-feira, 18 de janeiro de 2022

TERAPIA DO RISO

 

A terapia do riso, também conhecida como risoterapia, é uma terapia alternativa que ajuda a atingir o bem estar mental e emocional através do riso.



 Já deves ter ouvido falar que “rir é o melhor remédio”, a verdade é que quando te ris ou sorris o teu corpo liberta uma hormona chamada de endorfina. Esta hormona é também conhecida como hormona da felicidade. Ao ser produzida em maior quantidade, vai fazer com que te sintas mais bem-humorado e com menos stress.

Esta terapia pode ser feita em grupos ou individualmente - junta-te com os teus amigos e partilhem as histórias engraçadas da vossa vida, contem piadas e sorriam. Se estiveres sozinho, coloca um filme de comédia e solta umas gargalhadas.


Para acrescentar às vantagens do riso, existem ainda pesquisas que apontam que pessoas que sorriem muito ao longo da sua vida aumentam em média 5 a 7 anos a sua longevidade. Sorrir ajuda a fazer amizades e a aumentar a confiança em alguém, o sorriso é universal.


ESTÁS À ESPERA DE QUÊ PARA RIR?

 

“Todas as vezes que sorris para alguém, é uma ação de amor”

                                               - Madre Teresa de Calcutá


 

Webgrafia:

https://www.vittude.com/blog/beneficios-do-sorriso-para-saude-fisica-e-mental/

https://www.tuasaude.com/terapia-do-riso/


Artigo elaborado por Beatriz Lourenço (Aluna de Enfermagem), sob a supervisão dos Enfermeiros da UCC Grei Águeda