O impacto das alterações climáticas e da poluição
ambiental na saúde respiratória são uma das principais preocupações da Sociedade
Portuguesa de Pneumologia.
O pulmão é o órgão que mais diretamente está em
contacto com a poluição ambiental, qualquer alteração relativamente ao ar puro
tem implicações a nível respiratório, não é, por isso, de estranhar, que os principais
efeitos da poluição se reflitam, em primeiro lugar, no sistema
respiratório. E, embora Portugal esteja entre os dez países que apresentam
melhor qualidade do ar, são registadas, todos os anos, mais de seis mil mortes
prematuras, resultantes da poluição atmosférica, associada a doenças
respiratórias e cardiovasculares, referiu o Presidente da Sociedade Portuguesa
de Pneumologia em 2019.
As alterações climáticas são uma enorme preocupação para a saúde mundial, uma vez que os impactos que estas causam são por demais evidentes:
🌍 aumento da morbilidade e mortalidade em consequência de ondas de calor;
🌍aumento da frequência de episódios agudos de doenças cardiorrespiratórias associado às elevadas concentrações de ozono;
🌍 aumento
da frequência de doenças alérgicas respiratórias pela alteração espacial e
temporal dos alergénios (pólenes e esporos);
🌍 aumento
da predisposição a doenças infeciosas transmitidas por vetores como mosquitos,
moscas, carraças, etc.
Na
Europa, as mudanças na temperatura e no número de períodos de calor extremo
associados às mudanças climáticas, preveem uma mudança significativa da mortalidade
por doença respiratória. Atualmente, a mortalidade aumenta 1 a 4% por cada
aumento de 1ºC na temperatura e espera-se que no futuro, esses efeitos sejam
mais intensos na região mediterrânea, onde o aumento da mortalidade será três
vezes superior, em comparação com as regiões do norte da europa, onde o aumento
será duas vezes superior. Atualmente, estas são a segunda maior causa de doença
na Europa. Este aumento ocorre igualmente em todo o mundo.
A OMS estima que cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo são portadoras de asma, e que cerca de um quarto de milhão acaba por falecer anualmente devido a esta doença. Tal efeito, ocorre paralelamente ao aumento do número de casos de alergias respiratórias, que parece estar intimamente relacionado com os efeitos das alterações climáticas nas temperaturas extremas, níveis atmosféricos de poluentes e alergénios e modificação dos padrões de transmissão das doenças.
Nas últimas 3 décadas, verificou-se um aumento do
número de casos de doença respiratória alérgica, como rinite alérgica e asma brônquica, o que
levou a que fossem desenvolvidos estudos, com o objetivo de identificar
possíveis causas para este aumento. Esses estudos revelaram que a relação entre
as vias aéreas e os poluentes atmosféricos é muito grande.
De modo a diminuir o impacto das alterações climáticas nas populações
atuais e gerações futuras, é importante que sejam tomadas medidas capazes de
contrariar os eventos climáticos extremos.
Assim, é importante preparar e prevenir a nossa sociedade para as alterações climáticas, promovendo a adoção de medidas que contribuam para a diminuição da produção de gases com efeito de estufa, promover o acesso a energias de fontes não poluentes, reduzir o tráfego privado nas cidades e melhorar os transportes públicos.
Webgrafia
https://www.voicesofyouth.org/blog/we-have-stop-climate-change
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