segunda-feira, 16 de maio de 2022

Homoparentalidade!

 

Num artigo publicado anteriormente já falámos sobre os diferentes tipos de FAMÍLIA.  Hoje vamos abordar um tema que continua a ser tabu, constrangedor e que apesar de existir na nossa sociedade, pouco se fala… HOMOPARENTALIDADE!



 

Sabias que.

Em 2016, o Parlamento português aprovou a adoção de crianças por casais homossexuais?

casamento entre pessoas do mesmo sexo em Portugal é legal desde 2010?

Mas o que acontece com crianças que são criadas por pais homossexuais? A resposta: algumas coisas – mas nenhuma daquelas que tu imaginas!!!!



  

Em Portugal, atualmente ainda existe preconceito sexual elevado - o que contrasta com a aprovação da lei que permite a adoção por casais do mesmo sexo.

Contudo, a perceção negativa e o desconforto em relação a este tema parecem diminuir/desaparecer quando as pessoas têm conhecidos ou amigos gay.


Talvez seja importante então começar por desmistificar alguns conceitos…

                                                               …o que te parece?

 

“Os filhos serão homossexuais!”

Pela lógica, pais e mães homossexuais só poderão ter filhos homossexuais, dado que estes vão crescer num ambiente em que o padrão é o relacionamento homossexual, certo? Não necessariamente! Se fosse, seria difícil, por exemplo, explicar como filhos homossexuais nasceram de casais heterossexuais.

Um estudo da Universidade Cambridge comparou filhos de mães homossexuais com filhos de mães héteros e não encontrou nenhuma diferença significativa entre os dois grupos quanto à identificação como homossexuais.

De verdade, as famílias homoparentais vivem num ambiente mais aberto à diversidade e, por consequência, muito mais tolerante caso algum filho queira ter experiências homossexuais.  

No entanto, não podemos afirmar que a orientação sexual dos pais tenha o poder de definir a dos filhos.

 

“Eles necessitam da figura de um pai e de uma mãe”


Filhos de homossexuais não são os únicos que crescem sem um dos pais. Ou não é verdade? Na verdade, os papéis masculino e feminino continuam presentes como referência mesmo que não seja nos pais - é importante que o filho tenha contato com os dois sexos. Mas pode ser alguém significativo a ele, como uma avó. Ele vai escolher essa pessoa de referência, mesmo que inconscientemente!

O que poderá realmente acontecer, é que, estes filhos são menos influenciados por brincadeiras estereotipadas como masculinas ou femininas – ou seja, há maior probabilidade, por exemplo, de uma menina brincar com bolas de futebol ou camiões.

Brincam sem as amarras dos estereótipos e dos preconceitos.

 


“Os filhos terão problemas psicológicos por causa do preconceito”

É um facto, mas não necessariamente apenas por este motivo. Poderão também ser alvo de preconceito se forem diferentes dos restantes – peso, altura, cor da pele, religião,…o que não é correto!

Efetivamente, sofrem de bullying por terem pais homossexuais, sendo por vezes excluídos de atividades ou ridicularizados!

Apesar disto, pesquisas que comparam filhos de casais homossexuais com filhos de héteros, demostram que os dois grupos registram níveis semelhantes de autoestima, de relações com a vida e com as perspetivas para o futuro. Da mesma forma, os índices de depressão, não são diferentes.



“Esses filhos correm o risco de sofrer abusos sexuais”


Este mito está relacionado com a mentalidade de que a homossexualidade ainda é considerada um distúrbio (até o início da década de 1970, os homossexuais eram vistos como pervertidos, portadores de uma anomalia mental transmitida geneticamente. Foi só em 1973 que a Associação de Psiquiatria Americana retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais). Este estigma mantém a crença sobre o “perigo” que as crianças correm, quando criadas por casais homossexuais.

Até ao momento, as pesquisas ainda não encontraram nenhuma relação entre homossexualidade e abusos sexuais.

 

"Tenho dois pais e é tão fixe". A história de Gabriel, filho de um casal gay.” 

O jovem conta que "após um processo de adoção na Rússia", os pais, conseguiram adotá-lo e levaram-no "para Espanha com dois anos". Para Gabriel, nunca foi um problema fazer parte de uma família homoparental, antes pelo contrário, pois diz ter sido educado com valores tão importantes como respeito e tolerância.

Fui educado para saber como me comportar e respeitar as pessoas. Também fui ensinado a "não usar correntes". Sempre tivemos essa confiança para falar sobre qualquer coisa e perguntar qualquer coisa, mesmo que às vezes fiquem um pouco constrangidos", afirma.

Porém, ter essa liberdade em casa não significa que não tenha sido um pouco mais complicado lidar com as outras pessoas. O jovem não encontra diferenças entre a sua família e a de outros jovens da sua idade, mas sempre teve que responder a perguntas mais incómodas dos mais curiosos. Quando questionado sobre como se sente por não ter uma mãe, o jovem respondeu que é mais normal do que parece. "O que eu digo sempre é que se vê boxers em vez de cuecas [de mulher]. É a única coisa", brincou.

Gabriel também tem resposta para aqueles que tentam ofendê-lo com comentários homofóbicos como "tens dois pais homossexuais, então és gay". Nesses casos, a melhor arma é "o riso". "Quando me rio e normalizo tanto a situação, a outra pessoa fica com vergonha porque diz: 'se eu estava a falar sério, por que é que estás a rir?'", explica.

(cit in https://www.jn.pt/mundo/tenho-dois-pais-e-e-tao-bom-a-historia-de-gabriel-filho-de-um-casal-gay-13027340.html)

 

Esperamos que no final deste artigo, consigas então compreender que…


O desenvolvimento da criança/jovem não depende do tipo de família, mas do vínculo estável que esses pais/mães vão estabelecer entre eles e a criança/jovem.

Afeto, carinho, regras: estas coisas são mais importantes para uma criança/jovem crescer saudável do que a orientação sexual dos pais!!

 

 

Webgrafia:

https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4305/1/DM%20Andreia%20Vaz%20Pinto.pdf

https://www.jn.pt/mundo/tenho-dois-pais-e-e-tao-bom-a-historia-de-gabriel-filho-de-um-casal-gay-13027340.html



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