segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Os estádio da negação!

 

Quando recebes ou conheces alguém que recebe uma notícia de doença crónica complexa, automaticamente ocorrem alterações a todos os níveis:

A pessoa muda a sua visão do mundo, porque perde o controle dos acontecimentos, a vida fica diferente e a importância do tempo é alterada. O foco da atenção muda e a recuperação da saúde torna-se o centro de tudo!

Lidar com mudanças não é tarefa fácil, mas lidar com tragédias e contrariedades, pode ser ainda mais custoso.

 

Sabias que existe um padrão na forma como lidamos com episódios assim?

 

Inicialmente este padrão, foi estudado por Elisabeth Kluber Ross, em pessoas com perdas pessoais catastróficas (morte de um ente querido, divórcio). No entanto, começou a perceber que poderia ser aplicada para qualquer mudança pessoal significativa, não só mortes, doenças ou divórcios. Ou seja, quando lidamos com qualquer situação contrária ao que esperávamos, seja um feedback negativo, uma demissão ou um término, tendemos a passar por esses cinco estágios.

 

Entender como este padrão funciona, pode ajudar-nos a lidar melhor com qualquer situação adversa ou apoiar pessoas próximas que estejam a atravessar um momento complicado! 





Negação: “Isso não pode estar a acontecer.”

A negação é uma ação consciente ou inconsciente de se recusar a aceitar os fatos, informação ou realidade. É um mecanismo de defesa que nos faz não acreditar que certa situação é realmente verdade. Algumas pessoas podem até ficarem presas nesse estágio ao lidarem com uma mudança muito traumática como a morte, forjando para si mesmas que o ente amado ainda está vivo.

Pode ser vista como forma de defesa de algo improvável e pode durar minutos ou até mesmo anos.

 

Raiva: “Porquê eu? Não é justo.”

O estágio de raiva pode-se manifestar de diversas formas. Uma pessoa ao lidar com uma deceção emocional pode sentir raiva dela mesma, de outras pessoas, ou mesmo, da vida ou da entidade maior na qual acredita. É decorrente de um senso de justiça, como se a pessoa não se sentisse merecedora daquela tragédia ou tivesse raiva dela mesmo por ter atraído aquilo para sua vida.

Esta fase é a mais delicada, a pessoa está incongruente e pode ter atitudes desagradáveis.

 

Negociação: “Deus, deixa-me viver até ser idoso.”

A fase de negociação é quase como que um implorar para que a tragédia ou mudança não seja tão drástica. Mais uma vez, é uma tentativa de fuga do acontecimento, de procurar alguma forma de ele ser menos doloroso e de o reverter.

Ao lidar com doenças, a negociação tende a ser com Deus ou com o que quer que a pessoa acredite. Ao lidar com perdas mais quotidianas, pode ser com outras pessoas.

 

Depressão: “Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa?”

O estágio de depressão tende a acontecer quando a pessoa realmente percebe que aquilo vai acontecer, não sendo uma ilusão ou algo negociável, e reage com um “choque” emocional. A forma de reagir depende muito de cada caso, mas é comum sentir tristeza, angústia, medo, até um vazio. É uma etapa dura, mas ao menos simboliza que a pessoa caiu em si e que está a começar a aceitar a realidade, mesmo que ainda de forma não saudável.

É uma fase de grande sofrimento, em que a colaboração que podemos dar é estar ao lado e ouvir.

 

Aceitação: “Tudo vai acabar bem.”

Por fim, tem-se o estágio de aceitação em que passado o choque emocional, a pessoa começa a perceber que de uma forma ou de outra, as coisas vão ficar bem, que a vida tem de continuar, que aquilo faz parte, ou até mesmo, começa a ver o lado positivo daquele acontecimento. É só a partir da aceitação, que a pessoa consegue reagir e trazer mudanças positivas para a sua vida.

Nesta fase, a pessoa reflete e tem uma perceção mais congruente da situação.

 


Webgrafia:

https://www.psicologiamsn.com/2014/09/as-5-fases-do-luto-ou-sobre-a-morte-de-elisabeth-kubler-ross.html

http://thesunjar.com/os-5-estagios-da-aceitacao-de-mudancas-drasticas/




Sem comentários:

Enviar um comentário