quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Distúrbios alimentares e adolescência


Normalmente, os distúrbios alimentares manifestam-se na adolescência devido às mudanças drásticas a nível físico, social e emocional, que envolvem a família e o ambiente escolar nesta faixa etária.


A adolescência é um momento em que grandes mudanças ocorrem num período de tempo aparentemente curto, durante o qual o adolescente pode sentir uma tremenda pressão para encontrar o seu lugar no mundo.

Ocorrem alterações hormonais e cerebrais que afetam o adolescente física, mental, emocional e psicologicamente.

A transformação física que ocorre durante esse período é enorme e muitas vezes resulta em sentimentos de baixa auto-estima e comparação com colegas.

 Há também a questão das mudanças sociais e ambientais, com o período do início da adolescência, sendo muitas vezes um momento em que o adolescente vai mudar de escola, os grupos de amizade e talvez desenvolver um interesse por alguém.

  As preocupações com a imagem corporal e a pressão dos pares aumentam durante o período da adolescência e são fatores de risco potenciais no desenvolvimento de um transtorno alimentar.


Sinais de alerta
 
   Podes reparar que existem sinais de alerta em relação ao teu amigo. Por exemplo, se ele:
ü  Faz exercício físico em demasia e condena-se quando não faz;
ü  Tem comportamentos de dieta excessivos (deixar de comer, contar calorias, evitar comer em grupo…);
ü  Mente sobre as refeições que fez, ou sobre a comida que ingeriu;
ü  Mantém um peso corporal muito baixo para a sua idade e altura;
ü  Tem uma visão irrealista do seu corpo (baixa autoestima e afirma que está gordo, mesmo estando abaixo do peso ideal);
ü  Fica ansioso antes das refeições;
ü  Mostra ter má imagem de si mesmo;
ü  Se isola e notas mudança na relação com os amigos.


Como ajudar um amigo?

Assim, podes ajudar um amigo numa situação em que suspeitas que está a sofrer de algo relacionado com perturbações alimentares, utilizando algumas estratégias úteis:


ü  Começa por conversar com o teu amigo em particular sobre o que percebeste. Não fales com ele sobre o assunto que te preocupa em qualquer lugar. Tenta escolher um local que seja confortável e familiar e onde possam conversar sem que haja risco de serem interrompidos ou escutados, de preferência longe de sítios onde possa haver comida, ou perto das horas das refeições.

ü  Se o teu amigo se manifestar sobre o que está a acontecer, pergunta como podes ajudar. Explica que estás preocupado e que ele pode contar com todo o teu apoio e ajuda. Mostra que podes ouvir e ser solidário, sem julgar ou formar quaisquer juízos de valor acerca daquilo que ele te está a contar.
 
ü  Para que a comunicação seja eficaz, tem em mente três princípios: aceitação, honestidade e empatia.


·       Aceitação - deves respeitar o que o teu amigo está a passar, bem como valorizar os seus sentimentos e crenças, mesmo que sejam diferentes dos teus;


·     Honestidade - deves ser verdadeiro no teu comportamento, não agindo de forma oposta (isto é, dizer que compreendes pelo que ele está a passar e depois afastares-te dele). Não te esqueças que ele confiou em ti;


·     Empatia - és capaz de imaginar o que ele está a passar e consegues colocar-te no lugar dele.

ü  Descobre o máximo que puderes sobre transtornos alimentares de fontes confiáveis. Aprender mais pode ajudar-te a entender melhor o que o teu amigo está a passar.


ü  Encoraja o teu amigo a procurar ajuda especializada ou então acompanha-o nessa procura. Informa-o sobre as opções de ajuda disponíveis.

ü  Encoraja o teu amigo a procurar outros apoios, tais como a família e os amigos. A recuperação do teu amigo pode ser mais rápida e eficaz se ela se sentir apoiado e confortável no ambiente que o rodeia.

ü  Conhece os teus limites. Estar preocupado e tentar ajudar faz parte de uma boa amizade, mas não te encarregues de “resolver” as coisas sozinho.

    
Pode ser difícil tentar ajudar alguém que não está pronto ou não considera que a ajuda é necessária. Tenta não ficar com raiva ou frustrado.

No limite, se o teu amigo disser que não é da tua conta ou que não há problema, confia nos teus instintos e sê o melhor amigo que puderes, mesmo que isso signifique partilhar com os seus pais ou outro adulto de confiança, sobre as tuas preocupações. Tal não implica que estejas a trair a sua confiança, pois procuras a melhor forma de o ajudar. Sê compreensivo, positivo e encorajador


Não desistas de o ajudar!







Bibliografia:
https://felizmente.esenfc.pt/felizmente/?id=11443&p=11412
https://kidshealth.org/en/teens/friend-eating-disorder.html
https://www.eatingdisorders.org.au/eating-disorders/eating-disorders-children-teens-and-older-adults/eating-disorders-a-adolescente


Elaborado por:

Rita Ventura, aluna do 4º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Viseu, com a colaboração e orientação dos enfermeiros da UCC Grei Águeda.

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