Normalmente, os distúrbios
alimentares manifestam-se na adolescência devido às mudanças drásticas a nível
físico, social e emocional, que envolvem a família e o ambiente escolar nesta
faixa etária.
A adolescência é um momento em que
grandes mudanças ocorrem num período de tempo aparentemente curto, durante o
qual o adolescente pode sentir uma tremenda pressão para encontrar o seu lugar
no mundo.
Ocorrem alterações hormonais e
cerebrais que afetam o adolescente física, mental, emocional e
psicologicamente.
A transformação física que ocorre
durante esse período é enorme e muitas vezes resulta em sentimentos de baixa
auto-estima e comparação com colegas.
Há também a questão das mudanças sociais e
ambientais, com o período do início da adolescência, sendo muitas vezes um
momento em que o adolescente vai mudar de escola, os grupos de amizade e talvez
desenvolver um interesse por alguém.
As preocupações com a imagem
corporal e a pressão dos pares aumentam durante o período da adolescência e são
fatores de risco potenciais no desenvolvimento de um transtorno alimentar.
Sinais de alerta
Podes reparar que existem sinais de alerta em
relação ao teu amigo. Por exemplo, se ele:
ü Faz
exercício físico em demasia e condena-se quando não faz;
ü Tem
comportamentos de dieta excessivos (deixar de comer, contar calorias, evitar
comer em grupo…);
ü Mantém
um peso corporal muito baixo para a sua idade e altura;
ü Tem
uma visão irrealista do seu corpo (baixa autoestima e afirma que está gordo,
mesmo estando abaixo do peso ideal);
ü Fica
ansioso antes das refeições;
ü Mostra
ter má imagem de si mesmo;
ü
Se isola e notas mudança na relação com os
amigos.
Assim, podes ajudar um amigo numa situação em
que suspeitas que está a sofrer de algo relacionado com perturbações
alimentares, utilizando algumas estratégias úteis:
ü
Começa por conversar com o teu amigo em
particular sobre o que percebeste. Não fales com ele sobre o assunto que te
preocupa em qualquer lugar. Tenta escolher um local que seja confortável e
familiar e onde possam conversar sem que haja risco de serem interrompidos ou
escutados, de preferência longe de sítios onde possa haver comida, ou perto das
horas das refeições.
ü
Se o teu amigo se manifestar sobre o que está a
acontecer, pergunta como podes ajudar. Explica que estás preocupado e que ele
pode contar com todo o teu apoio e ajuda. Mostra que podes ouvir e ser
solidário, sem julgar ou formar quaisquer juízos de valor acerca daquilo que
ele te está a contar.
ü
Para que a comunicação seja eficaz, tem em mente
três princípios: aceitação, honestidade e empatia.
·
Aceitação - deves respeitar o que o teu amigo
está a passar, bem como valorizar os seus sentimentos e crenças, mesmo que
sejam diferentes dos teus;
· Honestidade - deves ser verdadeiro no teu
comportamento, não agindo de forma oposta (isto é, dizer que compreendes pelo
que ele está a passar e depois afastares-te dele). Não te esqueças que ele
confiou em ti;
· Empatia - és capaz de imaginar o que ele está a
passar e consegues colocar-te no lugar dele.
ü
Descobre o máximo que puderes sobre transtornos
alimentares de fontes confiáveis. Aprender mais pode ajudar-te a entender
melhor o que o teu amigo está a passar.
ü
Encoraja o teu amigo a procurar ajuda
especializada ou então acompanha-o nessa procura. Informa-o sobre as opções de
ajuda disponíveis.
ü
Encoraja o teu amigo a procurar outros apoios,
tais como a família e os amigos. A recuperação do teu amigo pode ser mais
rápida e eficaz se ela se sentir apoiado e confortável no ambiente que o
rodeia.
ü
Conhece os teus limites. Estar preocupado e
tentar ajudar faz parte de uma boa amizade, mas não te encarregues de
“resolver” as coisas sozinho.
Pode ser difícil tentar ajudar alguém que não está pronto ou não considera que a ajuda é necessária. Tenta não ficar com raiva ou frustrado.
No limite, se o teu amigo disser que não é da tua conta ou que não há problema, confia nos teus instintos e sê o melhor amigo que puderes, mesmo que isso signifique partilhar com os seus pais ou outro adulto de confiança, sobre as tuas preocupações. Tal não implica que estejas a trair a sua confiança, pois procuras a melhor forma de o ajudar. Sê compreensivo, positivo e encorajador.
Não desistas de o ajudar!
Bibliografia:
https://felizmente.esenfc.pt/felizmente/?id=11443&p=11412
https://kidshealth.org/en/teens/friend-eating-disorder.html
https://www.eatingdisorders.org.au/eating-disorders/eating-disorders-children-teens-and-older-adults/eating-disorders-a-adolescente
Elaborado por:
Rita Ventura, aluna do 4º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Viseu, com a colaboração e orientação dos enfermeiros da UCC Grei Águeda.
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