A grande maioria das paragens
cardiorrespiratórias ocorre fora de qualquer estabelecimento de saúde - no
mercado, no café, em casa, no centro comercial, na escola ou mesmo no meio da
rua- na sequência de um acidente ou de
uma doença súbita.
A probabilidade de
sobrevivência nestas situações depende da capacidade de quem presencia o
acontecimento em saber quando e como pedir ajuda, bem como iniciar de imediato
Suporte Básico de Vida.
Em condições ideais, todo o cidadão devia estar
preparado para saber fazer SBV. No nosso país, existe um longo caminho a
percorrer para dotar a população da capacidade de responder a estas situações
de emergência médica.
Segundo o Conselho Português de Ressuscitação (2010) existe uma enorme
motivação, da parte da sociedade civil, para a aprendizagem de manobras de SBV
e para a implementação deste tipo de formação nas escolas.
Como tal, a 22 de fevereiro de 2013, é na “Resolução da
Assembleia da República” que se anuncia a implementação, no 3º ciclo do
Ensino Básico, a formação em Suporte Básico de Vida nas escolas, de
frequência obrigatória, com a duração total de 6-8 horas. A introdução desta
temática passa a fazer parte do plano de estudos da disciplina de Ciências
Naturais, onde é admitido que o aluno deve ficar capaz de “Implementar
procedimentos do alarme em caso de emergência e executar procedimentos de
suporte básico de vida (adulto e pediátrico), seguindo os algoritmos do
European Resuscitation Council” (DGE, 2018). |
A escola é um local privilegiado para a melhoria da literacia em geral e
a parceria com a Equipa de Saúde Escolar contribui para aumentar o nível de
literacia em saúde da comunidade escolar, possibilitando assim, por parte dessa
comunidade, uma tomada de decisão responsável e a obtenção de ganhos em saúde.
De acordo com a
Direção Geral de Saúde, “particularmente para a comunidade escolar, a
diminuição do número de acidentes escolares é crucial, mas, quando estes
ocorrem, é igualmente importante saber agir e conhecer as técnicas de prestação
de primeiros socorros e de Suporte Básico de Vida que reduzam a gravidade e as
consequências das lesões” (DGS, 2013).
O Programa Nacional de Saúde Escolar (2014), defende não
apenas a formação da maioria dos profissionais de educação, como também
divulga que a partir dos 10 anos, os alunos têm capacidades de aprender e de
aplicar manobras de SBV. Esta formação precoce diminui a ansiedade sobre os
eventuais erros e aumenta a disponibilidade para ajudar.
Sendo assim, é possível educar de forma a fortalecer os dois primeiros elos da Cadeia de Sobrevivência, sendo eles respetivamente, a Ativação do número 112 e a capacidade para executar Suporte Básico de Vida.
Como tal, surgiu a nível local, o projeto “Habilitar para Salvar”, implementado pela Equipa Local de Saúde Escolar da UCC Grei de Águeda, aos alunos do 9º ano de escolaridade, pessoal docente e não docente das escolas com 3º CEB.
Com a ideia de que a maioria da
população portuguesa não sabe prestar os primeiros socorros e o acesso a
desfibrilhador automático externo é ainda muito reduzido, O INEM implementou o
projeto "SBV/DAE INEM - Escolas"
(setembro de 2021). O objetivo é a implementação e difusão massiva do ensino de
SBV/DAE no Ensino Secundário, após o protocolo firmado entre os ministérios da
Saúde e da Educação e que envolveu centros de formação de agrupamentos de
escolas das zonas Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve
A
intenção é que, depois, esses docentes façam "uma difusão massiva"
desses conhecimentos aos alunos. Os professores, em especial os de Educação
Física, terão de formar todos os estudantes a seu cargo e outros profissionais.
Neste sentido, a ação do INEM é especialmente dirigida para os docentes de
Educação Física, que ficam habilitados como formadores a transmitir os
conhecimentos a outros profissionais ou alunos nas aulas dessa disciplina no
10.º ano. O tema faz parte das Aprendizagens Essenciais de Educação Física e,
desta forma, será transmitido a todos os alunos, independentemente da área de
estudo que seguem.
Enfermeiros,
Professores e Assistentes Operacionais das Escolas, devem ser preparados para
atuar sobre diferentes grupos etários em situações que comprometam a vida
dentro e fora da escola!
Webgrafia:
https://www.inem.pt/2018/03/20/gestos-que-salvam-cadeia-de-sobrevivencia/
https://www.inem.pt/wp-content/uploads/2017/09/Suporte-B%C3%A1sico-de-Vida-Adulto.pdf
https://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/2550/1/GALA%2c%20Clifton%20Rodrigues%20-%20DissertMestrado.pdf
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