Assiste-se cada vez mais na
atualidade a pessoas com este tipo de doenças (diagnosticadas aquando
bebés/crianças) que possuem cargos de responsabilidade, liderança de equipas
tal e qual como outro qualquer profissional que não tenha uma deficiência. No entanto,
apesar desta evolução no que diz respeito à integração e desmistificação da
paralisia cerebral no mundo de trabalho, ainda existe muito caminho para
percorrer.
O único fator que deveria ser
distintivo entre estas pessoas e outras sem doença deveria ser somente o
currículo, o que ainda não acontece.
Abílio Saraiva Cunha e Jhamak Ghimire são
dois exemplos de pessoas que possuem cargos de chefia, lideram equipas, sendo um
exemplo para toda a população. Como
referido anteriormente, existe um grande percurso para fazer na divulgação e
aceitação das deficiências, neste caso, da paralisia cerebral.
Deste modo, antes de tecer ou
criar algum juízo de valor devemos conhecer este tipo de pessoas, por forma a
encararmos de perto quais as limitações que possuem e quais as mais valias. Só
lidando de perto com determinada situação é que deveríamos opinar sobre esta, o
que não acontece na maior parte dos casos.
Cabe-nos também a nós informarmo-nos acerca da origem deste tipo de
patologia, (acerca do que ela consiste), por forma a diminuir as opiniões menos
corretas.
Como seres humanos, devemos ser
sempre um fator de mudança. Se consideramos que determinado assunto é
desconhecido e de alguma forma isso afeta ou pode afetar as pessoas que nos
rodeiam, devemos capacitar-nos para alterar essa realidade.
A discriminação acontece
sobretudo por falta de conhecimento em determinada área. Quanto menos
informados formos, mais mitos e dúvidas surgem e, consequentemente mais
estigmas e discriminação. Temos tendência a achar que o correto é somente
aquilo que se assemelha a nós e isso não é verdade! A diferença existe e
devemos aprender a conviver com ela, criando fatores de equidade que nos
permitam que face a determinada situação estejamos no mesmo pé de igualdade.
Este caminho
de divulgação e desmistificação das diferenças é complementado pelos projetos
levados a cabo por organizações que trabalham nesse sentido. Por exemplo, a
FAPPC considera que é bastante importante sensibilizar as pessoas, sobretudo as
que não possuem qualquer tipo de deficiência. Outro dos principais objetivos
destas associações, no caso desta em particular, passa por capacitar as
crianças/jovens portadores de paralisia cerebral para que no futuro se tornem
autônomos e sigam a carreira profissional que desejarem.
Esta capacitação por parte das
associações consiste em fazer workshops interativos, dar-lhes a possibilidade
de estar regularmente com terapeutas ocupacionais, ou outros profissionais, que
os estimulem nas suas capacidades cognitivas e motoras através de jogos, por
vezes dar-lhes acesso a terapeutas da fala quando é necessário, entre muitos
outros. A estimulação precoce das capacidades destas crianças conduz a que, no
futuro, estejam mais preparadas para se assemelhar a uma pessoa que não é
portadora de qualquer tipo de deficiência, conseguindo desta forma integrar-se
mais facilmente na sociedade.
Existem para além das associações,
outros locais que se destinam à ajuda/esclarecimento de dúvidas face ao acesso
ao emprego por parte destas pessoas numa fase posterior da sua vida, como é o
caso do documento em anexo que é de consulta fácil e explicativa.
Este tipo de realidade estende-se
não só às pessoas que são portadoras de Paralisia Cerebral, mas de qualquer
tipo de deficiência.
O ganho está na aposta precoce da
estimulação das capacidades para que, futuramente, seja mais fácil integrar-se,
reinventar-se e integrar-se no mundo que as rodeia sem qualquer tipo de
problema.
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